Ouça os Evangelhos Sagrados
O Segundo Evangelho
de João.
Evangelhos dos Ensinamentos
de Jesus Cristo na Galileia.
LIVRO 8
Capítulo 1
Um dia, quando eu, João, irmão de Thiago, filhos de Zebedeu, subi ao templo, aconteceu que um fariseu chamado Arimanios aproximou-se e perguntou: “Onde está o teu mestre, a quem seguiste?”
Eu lhe disse: “Ele voltou para o lugar de onde veio.”
O fariseu me disse: “Este Nazareno vos enganou com ilusão, encheu os vossos ouvidos com mentiras, fechou as vossas mentes e desviou-vos das tradições dos vossos pais.”
Quando eu, João, ouvi estas coisas, eu abandonei o templo e fui para um lugar deserto.
E eu fiquei muito angustiado em meu coração, dizendo: “Como então o salvador foi escolhido? Por que ele foi enviado ao mundo pelo PAI dele? Quem é o PAI dele que o enviou?”
“De que tipo é aquele Aeon para o qual devemos ir? Pois o que ele quis dizer quando nos falou: ‘Este Aeon para o qual vocês irão é do tipo de Aeon imperecível’. Mas ele não nos ensinou sobre este último’.”
Enquanto eu estava contemplando estas coisas, imediatamente, veja, os céus se abriram e a criação que está abaixo de todos os céus iluminou, o mundo inteiro estremeceu.
Tive medo, no entanto, veja, na luz, vi uma criança que ficou diante de mim. Enquanto eu observava, ele se tornou um homem velho. E ele mudou sua aparência novamente, se tornando um jovem.
Não eram vários diante de mim, mas sim uma aparência com múltiplas formas na luz. E uma aparência surgia através da outra. A aparência tinha três formas.
Jesus me disse: “João, João, por que você duvida, ou por que você está assustado? Esta aparência não é estranha para você, é?”
“Portanto, não fique com medo! Sou aquele que está com vocês sempre. Sou o Pai, eu sou a Mãe, eu sou o Filho. Sou o incorruptível e imaculado.”
“Agora vim para te ensinar sobre o que é, o que foi, e o que será, para que você conheça tanto as coisas que estão invisíveis quanto aquelas que estão visíveis, e te ensinar a respeito da raça inabalável da humanidade perfeita.”
“Portanto, agora, levante a cabeça para poder compreender as coisas que lhe direi hoje e para você poder relatá-las aos seus irmãos espirituais, que pertencem à raça inabalável da humanidade perfeita.”
Capítulo 2
E eu perguntei sobre o PAI por curiosidade.
E ele me disse: ‘O Único é soberano com nada acima dele. É o Deus e PAI do Todo, o Espirito Puro Sagrado, o Invisível, que existe acima do Todo. Aquele que é o PAI de Imperecibilidade, existindo como Luz Pura, dentro da qual nenhum olho consegue olhar’.”
“O Único é o Espírito Invisível. Não devemos pensar nele como um Deus ou algo similar. Porque Ele supera a divindade. É um domínio que não tem nada acima Dele para governá-lo.”
“Porque não existe nada antes d’Ele, pois tudo existe somente Nele. É eterno, pois não precisa de nada. Ele está absolutamente completo. Nunca lhe faltou nada para ser completo. Pelo contrário, por estar sempre absolutamente completo em luz, Ele é luz.”
“O Único é ilimitável, já que não há nada diante dele para limitá-lo. Ele é inexplicável, já que não há ninguém diante dele para explicá-lo.”
“Ele é imensurável, já que não havia nada antes dele para medi-lo. Ele é Invisível, já que ninguém o viu. Ele é eterno, já que existe eternamente.”
“Ele é Inefável, já que nada poderia compreendê-lo para falar sobre Ele. Ele é inominável, já que não há ninguém anterior a Ele para dar-lhe um nome.”
“O Único é a luz imensurável, pura, sagrada, imaculada.”
“O Único é inefável, perfeito em incorruptibilidade. Não que Ele faça parte da perfeição, nem da bem-aventurança, nem da divindade, mas por Ele ser muito superior a estes.”
“O Único não é corpóreo e não é incorpóreo.”
“O Único não é grande e nem é pequeno.”
“O Único não é uma quantidade.”
“O Único não é uma criatura. Nem é possível que alguém o compreenda.”
“O Único não está entre o Todo que existe, mas é muito superior. Não que Ele seja simplesmente superior, como se Ele fosse comparável aos outros, mas Ele pertence a Si próprio.”
“O Único não faz parte dos Aeons Eternos ou do tempo. Pois qualquer um que faz parte de um Aeon já foi criado por outro. O tempo não existe em relação a Ele.”
“O Único não recebe nada de ninguém, pois, recebendo, estabelece limites. E Ele não necessita de nada. Nada do Todo existe antes Dele.”
“O Único é suficiente para si próprio em sua luz perfeita. Porque a perfeição é majestosa.
“O Único é majestoso e tem uma pureza imensurável.”
“O Único é um Aeon doador de Aeon. Ele é vida doador de vida. Ele é uma bem-aventurança doadora de bem-aventurança. Ele é sabedoria doadora de sabedoria. Ele é bondade doadora de bondade. Ele é misericórdia e redenção, doador de misericórdia e redenção. Ele é graça, doador de graça.”
“Não porque O Único possuísse tudo isso. Pelo contrário, é Ele que doa luz imensurável e incompreensível.”
“Como devo falar Dele com você? Seu Aeon Eterno é Incorruptível, habitando em silêncio, em repouso, em paz, diante do Todo. Pois Ele é o topo de todos os Aeons, e é Ele quem os sustenta através de sua bondade.”
“Porque nós não saberíamos o que é Inefável, e nós não compreenderíamos o que é incomensurável, se não fosse o que veio Dele, ou seja, do PAI. Pois foi ele quem disse essas coisas para nós somente.”
Capítulo 3
“Agora, este PAI é Aquele que se vê na luz que o envolve, isto é, o qual é a fonte de água viva e doa para todos os Aeons.”
“Ele reflete sobre sua imagem em todos os lugares, observa sua própria imagem visível na fonte do Espírito.”
“É Ele quem coloca sua vontade na fonte da água-luz, pois sua imagem está na fonte de água pura e resplandecente que o envolve.”
“O Pensamento do PAI tornou-se realidade, e aquela Luz que surgiu na presença do PAI, surgiu no brilho de Sua Luz.”
“Este é o Primeiro Poder que antecedeu tudo e surgiu da Mente do PAI. Ela é Protenóia, o ‘Primeiro Pensamento’ do Todo.”
“A sua luz brilha como a luz do PAI. Ela é o Poder Perfeito, é a Imagem do Espírito Puro, Perfeito e Invisível.”
“Este é o Primeiro Poder, a glória de Barbelo, a glória perfeita entre os Aeons, a glória da revelação. Ela glorificou e louvou o Espírito puro, pois pelo Espírito ela surgiu. Este é o ‘Primeiro Pensamento’, a imagem do Espírito.”
“Ela se tornou o ventre universal por anteceder tudo. Ela É A Mãe-Pai, O Primeiro Humano, O Espírito Sagrado, O Triplo Masculino, O Triplo Poder, O Andrógino Com Três Nomes, O Aeon Eterno Entre Os Seres Invisíveis, O Poder Primeiro A Surgir.”
“Então Barbelo solicitou ao Espírito Puro Invisível que lhe desse ‘Previsão’, e o Espírito consentiu. Quando o Espírito consentiu, a ‘Presciência’ surgiu e permaneceu como Previsão.”
“Este é aquele que surgiu do pensamento do Espírito Puro Invisível. A Presciência glorificou o Espírito e Barbelo, o Poder Perfeito do Espírito, pois por causa dela, Barbelo, a Presciência surgiu.”
“Ela, então, Barbelo, solicitou novamente que lhe concedesse a ‘Incorruptibilidade’, e o Espírito consentiu.”
“Quando o Espírito consentiu, a Incorruptibilidade surgiu e permaneceu através do Pensamento e da Presciência.”
“A Incorruptibilidade glorificou o Espírito e Barbelo, o Poder Perfeito do Espírito, pois por causa dela, Barbelo, eles, os Poderes surgiram.”
“E Barbelo solicitou que concedesse vida eterna, e o Espírito Invisível consentiu. Quando o Espírito consentiu, a ‘Vida Eterna’ surgiu e eles ficaram juntos.”
“A Vida Eterna glorificou o Espírito e Barbelo, o Poder Perfeito do Espírito, pois devido a ela, a eles surgiram.”
“Novamente Barbelo solicitou que lhe concedesse a ‘Verdade’, e o Espírito Invisível consentiu.”
“Quando o Espírito consentiu, a Verdade surgiu e eles ficaram juntos. A Verdade glorificou o Espírito e Barbelo, o Poder Perfeito do Espírito, pois devido a ela eles surgiram.”
“Este é o Aeon dos cinco Aeons do PAI, isto é, o Primeiro Humano, a qual é a Imagem do Espírito Invisível, isto é, a Presciência, a qual é Barbelo, e o Pensamento, com a Presciência, a Incorruptibilidade, a Vida Eterna, a Verdade.”
“Este é o Aeon andrógino dos cinco Aeons, o qual é o dos dez Aeons, o qual é o PAI.”
Capítulo 4
“O PAI olhou para Barbelo, com a luz pura que envolve o Espírito Invisível e o seu brilho.”
“Barbelo concebeu a partir dela e gerou uma centelha de luz semelhante à luz abençoada, mas não igual em grandeza.”
“Este foi o único filho da Mãe-Pai que surgiu, seu único descendente, o único filho do PAI, a Luz Pura.”
“O Espírito Puro Invisível se alegrou com a luz que surgiu, que anteveio do Primeiro Poder da Presciência do Espírito, a qual é Barbelo.”
“O Espírito o ungiu com a sua própria bondade até que ficou perfeito, não carecendo de bondade, por ser ungido com a bondade do Espírito Invisível.”
“A Luz ficou na presença do Espírito enquanto o Espírito ungia a criança. Quando a criança recebeu isso do Espírito, glorificou imediatamente o Espírito Sagrado e a Presciência Perfeita, pela qual ela surgiu.”
“A criança pediu que lhe concedesse um ajudante, sendo a Mente, e o Espírito consentiu.”
“Quando o Espírito Invisível consentiu, a Mente apareceu e ficou ao lado do Ungido, e glorificou o Espírito e Barbelo. Todos esses seres passaram a existir em silêncio.”
“A ‘Mente’ desejava criar algo por meio da ‘Palavra’ do Espírito Invisível. Sua vontade se tornou realidade e surgiu, com a ‘Mente e a Luz’, glorificando-a. A Palavra seguida da vontade.”
“Pois ‘Cristo, o Ungido’, o ‘Autogenes Divino’, criou tudo pela ‘Palavra’. A ‘Vida Eterna’, a ‘Vontade’, a ‘Mente’ e a ‘Presciência’ uniram-se e glorificaram o Espírito Invisível e Barbelo, pois devido a ela eles surgiram.”
“O Espírito Sagrado trouxe à perfeição o filho divino Autogenes de si e de Barbelo, para a criança poder ficar diante do Grande Espírito Puro e Invisível como ‘Cristo, o Autogenes Divino’, o Sagrado, que honrou o Espírito com grande aclamação.”
“A criança surgiu através da ‘Presciência’. O Espírito Puro Invisível colocou o ‘Autogenes Divino’ e verdadeiro acima de tudo.”
“E submeteu a ele toda a autoridade e a verdade que ele possui, para que ele conheça o Todo, aclamado com um nome exaltado acima de todos os nomes. Porque esse nome será mencionado para aqueles que são dignos dele.”
Capítulo 5
Agora, da Luz, o qual é ‘Cristo, o Ungido’, e da Incorruptibilidade, pela graça do Espírito, os quatro Anjos Luminescentes apareceram do Autogenes Divino.
Ele esperou que eles permanecessem diante dele. Os três seres são: ‘Vontade’, ‘Pensamento’, ‘Vida’.”
“Os quatro Poderes são: ‘Graça’, ‘Percepção’, ‘Compreensão’, ‘Perfeição’.”
“E a Graça habita no ‘Aeon Eterno de Luz Harmozel’, o qual é o Anjo de Luz no Primeiro Aeon. Existem três outros Aeons com este Aeon Eterno: ‘Graça’, ‘Verdade’, ‘Forma’.”
“A segunda Luz é o ‘Anjo Oroiael’, que foi nomeado para o segundo Aeon Eterno. Existem três outros Aeons com ele: ‘Percepção’, ‘Reflexão Posterior’, ‘Memória’.”
“A terceira Luz é o ‘Anjo Daveithai’, que foi nomeado para o terceiro Aeon Eterno. Existem três outros Aeons com ele: ‘Compreensão, Amor, Ideia’.”
“A quarta Luz é o ‘Anjo Eleleth’, que foi nomeado para o quarto Aeon Eterno. Existem três outros Aeons com ele: ‘Perfeição’, ‘Paz’, ‘Sabedoria’.”
“Estes são os quatro Anjos Luminescentes que estão diante do Autogenes Divino, e estes são os doze Aeons Eternos que estão diante do filho do Poderoso, o grande Autogenes, o Cristo Ungido, pela vontade e graça do Espírito Invisível.”
“Os doze Aeons pertencem ao filho do Autogenes, e tudo foi estabelecido pela vontade do Espírito Sagrado através do Autogenes.”
Capítulo 6
“Agora, da previsão da mente perfeita, através da vontade expressa do Espírito Invisível e da vontade do Autogenes, surgiu o humano perfeito, a primeira revelação e a verdade.”
“É ele quem o Espírito Puro nomeou o humano de ‘Geradamas’, e designou Geradamas para o primeiro Aeon Eterno com o grande Autogenes, o Cristo Ungido, pela primeira Luz, ‘Harmozel’.”
“E seus Poderes habitam com ele. O Invisível deu a Geradamas um poder mental invencível.”
“Geradamas proclamou, glorificou e louvou o Espírito Puro Invisível, dizendo: “Devido a ti, tudo surgiu e para ti tudo retornará. Louvarei e glorificarei a ti, e ao Autogenes, e aos Aeons Eternos, os três: o Pai, a Mãe, e o Filho, o Poder Perfeito.”
“Geradamas nomeou seu filho Seth para o segundo Aeon Eterno, antes da segunda Luz, Oroiael.”
“No terceiro Aeon Eterno estavam habitados os descendentes de Seth, com a terceira Luz, Daveithai. E as almas dos sagrados habitam ali.”
“No quarto Aeon Eterno habitam as almas daqueles que não conhecem o Pleroma.”
“E também aqueles que não se arrependeram imediatamente, mas que persistiram por um tempo e se arrependeram depois.”
“Eles estão com a quarta Luz, Eleleth, e estas são criaturas que glorificam o Espírito Puro Invisível.”
Capítulo 7
“Agora, Sophia da Epinóia, sendo a Sabedoria da Reflexão Profunda que constitui um Aeon Eterno, concebeu um pensamento de si mesma, com a concepção do Espírito Invisível e da Previsão.”
“Ela habitava o décimo terceiro Aeon entre seus irmãos, as emanações do Grande Espírito Invisível.”
“Ela olhou para o alto e viu a luz do ‘Tesouro da Luz’ e desejou alcançá-la. Incapaz de chegar àquela região, ela cantou louvores à luz das alturas.”
“Aconteceu que, com isso, Pistis Sophia gerou ciúmes aos Arcontes dos doze Aeons, que estão abaixo dela, porque ela havia concebido um pensamento em ir para a luz, mais elevada do que ela.”
“Então, o grande ‘Demiurgo Authades de Triplo Poder’, juntou-se aos Arcontes dos doze Aeons e emanou de si um grande Poder com ‘Corpo de Serpente e Cara de Leão’. E de sua matéria, ele emanou uma série de outras emanações opressoras.”
“Então o Demiurgo enviou suas emanações para as regiões abaixo do décimo terceiro Aeon, para as partes do Caos, para que ali pudessem oprimir Sophia e tirar dela seu Poder.”
“E o grande Demiurgo Authades de Triplo Poder perseguiu Sophia para que ela pudesse olhar para as regiões abaixo e ver seu Poder de Luz, uma Serpente com Cara de Leão, depois dele ter ido para aquela região, para que o Poder de Luz fosse tirado dela.”
“Sophia olhou para baixo no Caos e viu um Poder de Luz, a Serpente com Cara de Leão, e Sophia não sabia que ele era emanação do grande Demiurgo de Triplo Poder, mas Sophia pensou ser a luz que tinha visto desde o início nas alturas.”
“E ela pensou consigo mesma: ‘Irei para aquela região sem meu par e pegarei a luz e daí criarei para mim Aeons de Luz, para que eu vá até a Luz das luzes que está na Altura das alturas’.”
“Ela queria gerar Aeons de Luz para ela mesma, sem o consentimento do Espírito Sagrado, que não havia dado aprovação, sem o seu cônjuge e sem a consideração dele.”
“E, embora a pessoa da masculinidade dela não tivesse aprovado, ela não obteve autorização do seu par.”
“Então, sem o consentimento do Espírito e sem o conhecimento do seu par, ela considerou o seu Pensamento porque ela havia pensado em ir para a luz, mais elevada do que ela.”
“Mesmo assim, ela saiu de sua própria região, o Décimo Terceiro Aeon, e foi abaixo aos doze Aeons.”
“Ela saiu dos doze Aeons, e desceu às regiões inferiores do caos e aproximou-se daquele poder de luz para consumi-lo.”
“Devido ao poder invencível dentro dela, seu pensamento não era inútil. Ao chegar ao Caos, Sophia percebeu que seu desejo de ir para a Luz mais elevada havia produzido ciúmes.”
“E algo saiu daquela Luz que era imperfeito e de aparência diferente dela, pois não se parecia com a mãe e era disforme.”
“Os Arcontes dos doze Aeons a perseguiram e todas as emanações materiais do Demiurgo a cercaram.”
“Então, o que estava naquela luz se transformou na figura de uma Serpente Com Cara De Leão e seus olhos eram como relâmpagos brilhantes, e eles roubaram todos os poderes de Luz existentes em Sophia.”
“E a matéria da Serpente com Cara de Leão foi lançada no Caos, para que nenhum dos Imortais o visse.”
“Ele foi produzido ignorantemente. Ela o cercou com uma nuvem brilhante e colocou um trono no meio da nuvem para que ninguém o visse, exceto o Espírito Sagrado, chamado de mãe dos viventes.”
“Sophia o nomeou de ‘Yaldabaōth’, a qual é a Antiga Serpente e ele se tornou um Arconte no Caos, do qual metade é fogo e a outra metade escuridão.”
Capítulo 8
“Yaldabaōth é o primeiro Arconte que roubou grande poder de Sophia.”
“Então, ele a deixou e se mudou do lugar onde nasceu.”
“Ele assumiu o controle e criou para si outros Aeons com fogo luminoso, que ainda existem.”
“Ele se casou com a negligência que havia nele e produziu doze ‘Autoridades’ para si.”
“O nome da primeira Autoridade é Seth, a quem as gerações chamam de ceifeiro.”
“O segundo é Harmas ou Thoth, o qual é o olho ciumento.”
“A terceira é Kalila-Oumbri.
A quarta é Yabel.
O quinto é Adonai, chamado Sabaoth.
O sexto é Caim, aquele a quem as gerações dos homens chamam de sol.
O sétimo é Abel.
O oitavo é Abrisene.
O nono é Yobel.
O décimo é Armoupieel.
O décimo primeiro é Melcheir-Adonein.
O décimo segundo é Belias ou Belial, é ele quem está acima da profundeza de Hades.”
“Yaldabaōth colocou sete Arcontes, um para cada firmamento do céu, para reinar sobre os sete céus do Caos, e cinco para reinar sobre as profundezas do abismo.”
“Ele compartilhou seu fogo com eles, mas ele não emitiu do poder da luz que ele havia roubado de Sophia. Pois ele é a escuridão ignorante.”
“Quando a luz se misturava com as trevas, fazia as trevas brilharem. Quando a escuridão se misturou com a luz, ela diminuiu a luz e não se tornou nem luz, nem escuridão, mas sim escuridão.”
“Este Arconte sombrio com corpo de serpente e cara de leão tem quatro nomes: o primeiro nome é Yaldabaōth, o segundo é Sakla, o terceiro é Samael e o quarto é Nebro.”
“Ele é perverso em sua negligência que há nele. Ele disse: ‘Eu sou Deus e não há outro Deus além de mim’, já que ele não sabia de onde vinha seu próprio Poder.”
“Os Arcontes criaram sete Autoridades para eles mesmos, e as Autoridades criaram seis anjos cada, até que houvesse 365 anjos.”
“Estes são os nomes e as aparências de seus corpos correspondentes a essas Autoridades.”
“A primeira é Thoth e tem cara de íbis.”
“A segunda é Eloaios e tem cara de burro.”
“A terceira é Astaphaios e tem cara de hiena.”
“A quarta é Yao e tem cara de serpente com sete cabeças.”
“A quinta é Sabaoth e tem cara de serpente.”
“A sexta é Adonin e tem cara de macaco.”
“A sétima é Sabbataios e tem cara de fogo flamejante.”
“Esta é a natureza das sete Autoridades da semana.”
“Mas Yaldabaōth tem muitas faces, mais do que todos eles, para que ele pudesse mostrar a face que quisesse quando estivesse entre os serafins.”
“Ele compartilhou seu fogo com eles e os dominou devido ao poder glorioso que ele tinha da luz de Sophia.”
“É por isso que ele se autodenominava deus e desafiou o lugar de onde veio.”
“Em seu pensamento, uniu os sete Poderes com as Autoridades que estavam com ele. Quando ele falou, aconteceu.”
“Ele nomeou cada um dos Poderes, começando pelo mais elevado: O primeiro Poder é a Bondade, com a primeira Autoridade, Thoth.”
“Em segundo lugar está o Poder Previsão, com a segunda Autoridade, Eloaios.”
“O terceiro Poder é a Divindade, com a terceira Autoridade, Astaphaios.”
“O quarto Poder é a Senhoria, com a quarta Autoridade, Yao.”
“O quinto Poder é o Reino, com a quinta Autoridade, Sabaoth.”
“O sexto Poder é a Inveja, com a sexta Autoridade, Adonin.”
“O sétimo Poder é a Compreensão, com a sétima Autoridade, Sabbataios.”
“Cada um deles tem um firmamento em seu próprio Aeon.”
“Eles foram nomeados segundo a glória que pertence ao oitavo Aeon, para a destruição dos Poderes.”
“E havia poder nos nomes que foram dados a eles pelo seu Originador.”
“Mas os nomes dados a eles, conforme a glória que pertence ao oitavo Aeon, significam para eles destruição e impotência. Portanto, eles têm dois nomes.”
“Eles foram nomeados após a glória acima pela destruição dos Poderes. Embora os nomes dados a eles por seu criador fossem poderosos, os nomes dados a eles após a glória acima trariam sua destruição e perda de poder. É por isso que eles têm dois nomes.”
“E tendo Yaldabaōth criado tudo, ele organizou seguindo o modelo dos primeiros Aeons que surgiram, para que ele pudesse criar tudo de uma forma incorruptível.”
“Não que ele tivesse visto os incorruptíveis. Pelo contrário, o Poder que há nele, que ele herdou de Sophia, produziu nele o modelo, a aparência do cosmos.”
“Quando ele viu a criação ao seu redor, e a multidão de anjos que havia saído através dele, ele disse-lhes: ‘Eu sou um Deus ciumento e não há outro Deus além de mim’.”
“Mas ao anunciar isso, ele sugeriu aos anjos que estavam com ele que existe outro Deus. Pois, se não houvesse outro Deus, de quem ele teria ciúmes?”
Capítulo 9
“Então Sophia começou a se movimentar para lá e para cá. Ela percebeu a deficiência quando o brilho de sua luz diminuiu.”
“E ela ficou escura, porque seu cônjuge não havia concordado com ela em descer abaixo do décimo terceiro Aeon para o Caos.”
Eu disse: “Mestre, o que significa ela se movimentar para lá e para cá?”
O mestre riu e disse: “Não! Não pense que é como Moisés disse, sobre as águas.”
“Quando Sophia reconheceu a maldade que havia ocorrido e o roubo que Yaldabaōth havia cometido, ela se arrependeu.”
“Quando ela foi dominada pelo esquecimento da escuridão da ignorância, ela começou a ficar envergonhada.”
“Ela não ousou retornar, mas estava agitada. Essa agitação é o movimento de ir para lá e para cá.”
“O arrogante tirou o poder de Sophia. Ele era ignorante, pois pensava que não existia ninguém, exceto somente Sophia.”
“Quando viu a multidão de anjos que havia criado, exaltou-se sobre eles.”
“Quando Sophia reconheceu que a vestimenta da escuridão era imperfeita, ela entendeu que seu cônjuge não havia concordado com ela.”
“Então, ela se arrependeu com muitas lágrimas. Todos os Aeons do pleroma ouviram suas orações de arrependimento e ofereceram louvores em seu nome ao Espírito Puro Invisível, e o Espírito consentiu.”
“Quando o Espírito Invisível consentiu, o Espírito Sagrado, a partir do pleroma deles todos, derramou a bênção sobre ela.”
“Pois o seu cônjuge não veio até ela por conta própria, mas veio até ela através do Aeon do Pleroma, para que ele pudesse corrigir a sua deficiência.”
“Ela foi elevada não ao seu próprio Aeon Eterno, mas a uma posição acima de Yaldabaōth. Ela deveria permanecer no nono Aeon até restaurar sua deficiência.”
Capítulo 10
“E uma voz exaltada veio do Aeon Eterno: ‘O Homem existe, e o filho do Homem também.’ O Arconte chefe, Yaldabaōth, ouviu a voz e pensou vir de Sophia. Ele não percebeu sua origem.”
“A Sagrada Mãe-Pai perfeita, a previsão completa, a imagem do Invisível, sendo o PAI de tudo, através de quem tudo surgiu, o primeiro humano, este é quem os revelou e apareceu em forma humana.”
“Todo o Aeon do Arconte Chefe estremeceu, e os alicerces do abismo tremeram. O fundo das águas acima do mundo material foi iluminado por esta imagem que apareceu.”
“Quando todas as Autoridades e o primeiro Arconte olharam para esta aparência, viram todo o fundo iluminado. E, através da luz, eles viram a forma da imagem na água.”
Capítulo 11
“Yaldabaōth disse às Autoridades que estavam com ele: ‘Venham, vamos criar um ser humano como vimos a forma da imagem na água e conforme a nossa semelhança de nós mesmos, para que esta imagem humana possa nos dar luz.”
“Eles criaram através de seus respectivos poderes, segundo as características que lhes foram dadas.”
“Cada uma das Autoridades contribuiu com uma característica psíquica correspondente à figura da imagem que haviam visto.”
“Eles criaram um ser semelhante ao primeiro humano perfeito e disseram: ‘Vamos chamá-lo de Adamo (Adão), para que seu nome possa nos dar o poder da luz’.”
“Os Poderes começaram a criar: O primeiro, Bondade, criou uma alma-osso. O segundo, Previsão, criou uma alma-nervo. O terceiro, Divindade, criou uma alma-carne. O quarto, Senhoria, criou uma alma-medula. O quinto, Reino, criou uma alma-sangue. O sexto, a Inveja, criou uma alma-pele. O sétimo, a Compreensão, criou uma alma-cabelo.”
“E a multidão de anjos os ajudaram, e eles receberam dos Poderes as sete substâncias da forma natural do homem, para criar as proporções dos membros, a proporção do quadril, e o funcionamento correto do conjunto de cada uma das partes.”
“O primeiro, sendo Raphao, começou por criar a cabeça;
Abron criou o crânio; Meniggesstroeth criou o cérebro;
Asterechme o olho direito; Thaspomocha o olho esquerdo;
Yeronumos a orelha direita; Bissoum a orelha esquerda;
Akioreim o nariz; Banen-Ephroum os lábios; Amēns os dentes; Ibikan os molares;
Basiliademe as amígdalas; Achcha a úvula; Adaban o pescoço; Chaaman as vértebras; Dearcho a garganta;
Tebar o ombro direito; Nmichon o ombro esquerdo;
Mniarchon o cotovelo direito; Bareatron e o cotovelo esquerdo;
Abitrion a axila direita; Euanthen a axila esquerda,
Krus a mão direita, Beluai a mão esquerda;
Treneu os dedos da mão direita; Balbel os dedos da mão esquerda; Krima as unhas;
Astrops o seio direito; Barroph o seio esquerdo;
Baoum a articulação do ombro direito; Ararim a articulação do ombro esquerdo;
Areche a barriga; Phthaue o umbigo; Senaphim o abdômen;
Arachethopi as costelas direitas; Zabedo as costelas esquerdas;
Barias o quadril direito; Phnouth o quadril esquerdo;
Abenlenarchei a medula; Chnoumeninorin os ossos;
Gesole o estômago; Agromauma o coração; Bano os pulmões; Sostrapal o fígado; Anesimalar o baço; Thopithro os intestinos; Biblo os rins; Roeror os tendões;
Taphreo a espinha dorsal; Ipouspoboba as veias; Bineborin as artérias;
Aatoimenpsephei a respiração em todos os membros; Entholleia toda a carne;
Bedouk a nádega direita; Arabeei a nádega esquerda;
Eilo o pênis e os testículos; Sorma os genitais;
Gormakaiochlabar a coxa direita; Nebrith a coxa esquerda;
Pserem os músculos da perna direita, Asaklas o músculo da esquerda;
Ormaoth a perna direita; Emenun a perna esquerda;
Knux a canela direita; Tupelon a canela esquerda;
Achiel o tornozelo direito; Phneme o tornozelo esquerdo;
Phiouthrom o pé direito; Boabel os dedos dos pés direito; Trachoun o pé esquerdo; Phikna os dedos dos pés esquerdo;
Miamai as unhas dos pés direito; Labernioum as unhas dos pés esquerdo.”
“Aqueles designados sobre todos estes são sete em número: Seth, Thoth, Kalila-Oumbri, Yabel, Sabaoth, Caim, Abel.”
“E aqueles que ativam os membros, parte por parte, são: a cabeça, Diolimodraza; o pescoço, Yammeax;
o ombro direito, Yakouib; o ombro esquerdo, Ouerton;
a mão direita, Oudidi; a esquerda, Arbao;
os dedos da mão direita, Lampno; os dedos da mão esquerda, Leekaphar;
o seio direito, Barbar; o seio esquerdo, Imae; o peito, Pisandraptes;
a articulação do ombro direito, Koade; a articulação do ombro esquerdo, Odeor;
as costelas direitas, Asphixix; as costelas esquerdas, Sunogchouta;
o abdômen, Arouph; o útero, Sabalo;
a coxa direita, Charcharb; a coxa esquerda, Chthaon;
todos os órgãos genitais, Bathinoth;
a perna direita, Choux, a perna esquerda, Charcha,
a canela direita, Aroer; a canela esquerda, Toechtha;
o tornozelo direito, Aol; o tornozelo esquerdo, Charaner,
o pé direito, Bastan; os dedos do pé direito, Archentechtha;
o pé esquerdo, Marephnounth; os dedos do pé esquerdo, Abrana.”
“Sete possuem poder sobre todos estes: Miguel, Uriel, Asmenedas, Saphasatoel, Aarmouriam, Richram, Amiorps.”
“E aqueles que estão no comando dos sentidos são Archendekta, aquele que comanda a percepção é Deitharbathas, aquele que comanda a imaginação é Oummaa, aquele que comanda a coordenação é Aachiaram, aquele que comanda todo impulso para a ação é Riaramnacho.”
“A fonte dos demônios que estão em todo o corpo é dividida em quatro: calor, frio, umidade, secura. A mãe de todos eles é a matéria.”
“Quem domina o calor é Phloxopha, quem domina o frio é Oroorrothos, quem domina o seco é Erimacho, quem domina a umidade é Athuro. A mãe de todos estes, Onorthochras, está no meio deles, pois ela é ilimitada e se mistura com todos eles. Ela é matéria, e por ela eles são nutridos.”
“Os quatro demônios principais são: Efemênfi, o demônio do prazer, Yoko, o demônio do desejo, Nenentophni, o demônio da dor, Blaomen, o demônio do medo. A mãe de todos eles é Esthesis-Ouch-Epi-Ptoe.”
“Dos quatro demônios surgiram as paixões: da tristeza vêm o ciúme, a inveja, a dor, as dificuldades, a angústia, a insensibilidade, a ansiedade, a tristeza e outros.”
“Do prazer surge muita perversidade, orgulho vazio e coisas semelhantes.”
“Do desejo vêm a raiva, a ira, a amargura, a paixão amarga, a ganância e assim por diante.”
“Do medo vêm o terror, a submissão, a angústia e a vergonha. Tudo isso são como virtudes e vícios.”
“No entanto, a percepção profunda do caráter verdadeiro delas é Anaro, o qual é o dirigente da alma material. Porque ela pertence aos sete sentidos: Esthesis-Z-Ouch-Epi-Ptoe.”
“Este é o número dos anjos. Ao todo, são 365. Todos trabalharam juntos até que, membro por membro, o corpo psíquico e material se completasse. Agora, existem outras sobre as paixões restantes, e eu não lhes contei sobre elas. Se você quiser saber sobre eles, a informação está registrada no Livro de Zoroastro.”
“Todos os anjos e demônios trabalharam juntos até moldarem o corpo natural. Mas, durante muito tempo, a sua criação não se mexeu, permanecendo imóvel.”
Capítulo 12
“Quando a Sophia quis reaver o poder que lhe havia sido tirado pelo primeiro Arconte, ela orou à Mãe-Pai do Todo, que é muitíssimo misericordioso.”
“Por meio do decreto sagrado, a Mãe-Pai enviou cinco Anjos Luminescentes abaixo para o universo dos anjos do primeiro Arconte. Eles o aconselharam para que recuperassem o Poder de Sophia.”
“Eles disseram a Yaldabaōth: ‘Assopre um pouco do seu Espírito na face de Adão e então o corpo se erguerá.’ Ele soprou seu Espírito em Adão.”
“O Espírito é o poder de Sophia, mas ele não sabia disso, pois ele existe na ignorância.”
“O poder de Sophia saiu de Yaldabaōth e entrou no corpo natural feito para ser como aquele que é desde o início. O corpo se moveu e tornou-se poderoso e iluminado.”
“Imediatamente, o resto dos Poderes ficaram com ciúmes. Embora Adão tivesse surgido por meio de todos eles, e eles tivessem dado seu poder a este humano, Adão era mais inteligente que os seus criadores e o primeiro Arconte.”
“Quando eles perceberam que Adão era iluminado e podia pensar com mais clareza do que eles, e estava despido do mal, eles pegaram Adão e o jogaram na parte mais baixa de todo o Aeon material.”
“A abençoada, benevolente e misericordiosa Mãe-Pai teve compaixão pelo poder de Sophia que havia sido removido do primeiro Arconte.”
“Os Arcontes poderiam conseguir dominar o corpo natural e perceptível mais uma vez. Assim, com seu Espírito benevolente e grande misericórdia, a Mãe-Pai enviou uma ajudante a Adão.”
“A Epinóia, uma Reflexão Posterior Iluminada que vem da Mãe-Pai, chamada de Vida. Ela ajudou toda a criatura, trabalhando com ela, restaurando-a à sua Totalidade, ensinando-a sobre a descida da semente, ensinando-a sobre o caminho da ascensão, sendo o caminho que ele veio para baixo.”
“A Epinóia que é a Reflexão Posterior Iluminada, foi escondida em Adão para que os Arcontes não a reconhecessem, e também para que essa reflexão posterior corrigisse a deficiência de Sophia.”
Capítulo 13
“O ser humano Adão foi revelado através da sombra da luz que está nele. E a capacidade de raciocínio de Adão era superior à de todos os que o haviam criado.”
“Quando olharam para cima e viram que a capacidade de raciocínio de Adão era superior, então elaboraram um plano com toda a multidão de Arcontes e anjos.”
“Eles pegaram fogo, terra e água e os combinaram com os quatro ventos flagrantes. Eles trabalharam juntos e causaram uma grande perturbação.”
“Os Arcontes trouxeram Adão para o interior da sombra da morte, para poderem produzir novamente uma figura, da terra, da água, do fogo e do Espírito que vem da matéria, isto é, da ignorância das trevas, do desejo e do ‘Espírito Falsificado’.”
“Este é o sepulcro da remodelação do corpo que esses malfeitores haviam vestido o humano, o grilhão do esquecimento.”
“Adão tornou-se um ser mortal, o primeiro a descer e o primeiro a se afastar. Mas a Epinóia da luz, sendo Reflexão Posterior Iluminada em Adão, entretanto, despertaria a mente de Adão.”
“Os Arcontes pegaram Adão e colocaram Adão no Éden. Eles disseram para ele: ‘Coma’, ou seja, faça-o sem pressa.”
“Mas, na verdade, o prazer deles é amargo e a beleza deles é perversa. O prazer deles é uma enganação, e as árvores deles são ateísmos, os frutos deles são um veneno mortal, a promessa deles é a morte. Eles colocaram a árvore-da-vida deles no meio do Éden.”
“João, Eu lhe ensinarei o mistério da vida deles, o plano que traçaram juntos, a natureza do Espírito Falsificado deles.”
“A raiz da árvore deles é amarga, seus galhos são a morte, sua sombra é o ódio, há uma enganação em suas folhas, sua flor é unguento malévolo, seu fruto é a morte, o desejo é sua semente, floresce nas trevas. A morada daqueles que provam dela é o Hades, e a escuridão é o seu lugar de repouso.”
“Mas os Arcontes permaneceram diante do que eles chamam de ‘árvore do conhecimento do bem e do mal’, a qual é a Epinóia da luz, sendo a Reflexão Posterior Iluminada, para que Adão não pudesse contemplar sua plenitude e reconhecer sua vergonhosa nudez. Mas fui eu quem os induziu a comer.”
Eu disse ao Salvador: “Mestre, não foi a serpente que instruiu Adão a comer?”
O Salvador sorriu e disse: “A serpente os ensinou a comer da perversidade, da procriação, do desejo sexual e da destruição, para que Adão pudesse ser útil à serpente com cara de leão.”
“Este é aquele que sabia que Adão era desobediente devido à Epinóia, a Reflexão Posterior Iluminada em Adão, que tornou Adão mais correto no seu raciocínio do que o primeiro Arconte.”
“Então, Yaldabaōth o primeiro Arconte, a qual é a antiga Serpente com cara de leão, queria recuperar o poder que ele próprio havia passado a Adão. Ele trouxe sono profundo sobre Adão.”
Questionei o Salvador: “O que é esse sono profundo?”
O Salvador disse: “Não é como Moisés escreveu e você ouviu. Ele disse em seu primeiro livro: ‘Ele fez um sono profundo cair sobre Adão’, mas foi somente na percepção dele.”
“Em vez disso, esse sono profundo foi uma perda de sentido. Assim, o primeiro Arconte disse por meio do profeta: ‘Entorpecerei os corações deste meu povo, abafarei seus ouvidos, seduzirei seus olhos, para que eles não possam ver com esses olhos, ouvir com esses ouvidos, entender com seu coração e voltar-se para mim’.”
Capítulo 14
“Então a Epinóia da luz, a Reflexão Posterior Iluminada, escondeu-se em Adão. O primeiro Arconte queria tirá-la do lado de Adão, mas a Epinóia da luz não pôde ser capturada.”
“Embora a escuridão a perseguisse, não a capturou. O primeiro Arconte removeu parte do Poder de Adão e criou outra aparência humana na forma de ser feminino, uma mulher, conforme a aparência da Epinóia da luz que lhe apareceu.”
“Ele colocou a parte que havia tirado do Poder do ser humano na criatura fêmea.”
“Não aconteceu como disse Moisés: ‘e ele tomou uma de suas costelas, e fechou a carne em seu lugar, e ele fez uma mulher’.”
“Adão viu a mulher ao lado dele. Imediatamente, uma Epinóia da luz, a Reflexão Posterior Iluminada, apareceu e removeu o véu que cobria sua mente.”
“Ele ficou sóbrio da embriaguez das trevas. Ele reconheceu sua contraparte e disse: ‘Isto agora é osso dos meus ossos e carne da minha carne’.”
“Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Pois sua companheira lhe será enviada, e ele deixará seu pai e sua mãe.”
“Nossa irmã Sophia é quem desceu inocentemente para repor o que lhe faltava para retificar sua deficiência.”
“Por esta razão, ela foi chamada de Vida, isto é, a mãe dos vivos, pela Previsão da Soberania do Oitavo Aeon e pela Reflexão Posterior que apareceu a Adão.”
“Por meio de Sophia, os vivos experimentaram a sabedoria perfeita.”
“Quanto a mim, apareci na forma de uma águia na árvore do conhecimento, a qual é o resultado da pura Epinóia da Previsão Iluminada, para que eu pudesse ensinar os seres humanos e despertá-los das profundezas do sono.”
“Porque eles dois estavam em um estado decaído, e eles reconheceram sua nudez. A Epinóia apareceu para eles como luz e despertou suas mentes.”
Capítulo 15
“Quando Yaldabaōth percebeu que os humanos haviam se afastado dele, ele amaldiçoou sua terra.”
“Ele encontrou a mulher enquanto ela se preparava para o marido. Ele era o mestre dela.”
“E ele não conhecia o mistério que surgiu através do plano sagrado. Os dois estavam com medo de denunciar Yaldabaōth.”
“Ele mostrou aos seus anjos a ignorância que havia dentro dele. Ele expulsou os humanos do Éden e os envolveu em densa escuridão.”
“O primeiro Arconte viu a jovem parada ao lado de Adão e percebeu que a Epinóia, o pensamento iluminado de vida, havia aparecido nela. No entanto, Yaldabaōth estava cheio de ignorância.”
“Então, quando a Previsão do Todo percebeu o que iria acontecer, ela enviou emissários, e eles removeram a vida divina de Eva.”
“Então, Yaldabaōth, o primeiro Arconte, seduziu e contaminou Eva e gerou nela dois filhos, um primeiro e um segundo: Eloim e YHWH.”
“Eloim tem cara de urso, Yahweh tem cara de gato. Yahweh é justo, Eloim é injusto. Ele colocou YHWH (Yahweh) sobre o comando do fogo e o vento, e Eloim sobre o comando da água e a terra. Ele os chamou pelos nomes de Caim e Abel, com o objetivo de enganar.”
“Até hoje, as relações sexuais persistiram devido ao primeiro Arconte. Ele incitou o desejo sexual e de procriação na mulher que pertence a Adão.”
“Através da relação sexual, o primeiro Arconte produziu cópias de corpos e soprou neles o seu Espírito Falsificado.”
“Então Adonai Sabaoth colocou os dois arcontes no poder supremo, para eles governarem sobre o sepulcro, o qual é o corpo.”
“Quando Adão reconheceu a aparência da própria Previsão, ele gerou um filho semelhante ao humano.”
“Ele o chamou de Seth, de acordo com aquele da raça celestial nos Aeons Eternos. Da mesma forma, a mãe enviou seu Espírito, que é como a sua aparência e é uma cópia do que está no Aeon do pleroma, pois ela iria preparar uma habitação para os Aeons Eternos que viriam.”
“Os seres humanos foram obrigados a beber da água do esquecimento, pelo primeiro Arconte, para que não soubessem de onde vieram.”
“Por um tempo a semente permaneceu e ajudou para que, quando o Espírito descesse dos Aeons sagrados, ele pudesse os elevar e curar a deficiência. Para que todo o Aeon da Totalidade se torne sagrado e perfeito novamente.”
Capítulo 16
Eu disse ao Salvador: “Mestre, todas as almas serão então conduzidas com segurança para a luz pura?”
O Salvador respondeu e disse-me: “Coisas grandiosas surgiram em sua mente e é difícil explicá-las a qualquer pessoa, exceto aos da Raça Inabalável.”
“Aqueles sobre quem o Espírito de vida descerá e a quem o Espírito capacitará serão salvos e se tornarão perfeitos e serão dignos de grandeza.”
“Eles serão purificados de todo o mal e das ansiedades da maldade. Então eles não têm outra preocupação senão pela incorruptibilidade, para a qual eles direcionam a atenção deles daqui por diante, sem medo, raiva, ciúme, inveja, desejo ou ganância por nada.”
“Eles não são afetados por nada além de estarem somente na carne, a qual eles suportam enquanto aguardam seu tempo em que serão recebidos pelos destinatários, aqueles que recebem a alma.”
“Essas pessoas são dignas do chamado dos incorruptíveis e da vida eterna. Pois eles resistem a tudo e suportam tudo para terminar a competição e herdar a vida eterna.”
“Eu lhe disse: “Mestre, as almas das pessoas que não fizeram essas coisas, mas sobre as quais desceram o Poder e o Espírito de Vida, serão rejeitadas?”
Ele respondeu e disse-me: “Se o Espírito descer sobre eles, serão certamente salvos e transformados. O Poder descerá sobre cada pessoa, pois sem ele ninguém poderia sobreviver.”
“Após o nascimento, se o Espírito de vida aumentar e o poder vier e fortalecer essa alma, ninguém conseguirá desencaminhá-la com ações malignas.”
“Mas as pessoas sobre as quais o Espírito falsificado desce são desencaminhadas por ele e se desviam.”
Eu disse: “Mestre, para onde irão suas almas quando deixarem a carne?”
Ele riu e me disse: “A alma, na qual o Poder se torna maior do que o espírito falsificado, é forte e ela escapa do mal, e através da intervenção do incorruptível, ela é salva, sendo elevada para repouso nos Aeons Eternos.”
Então perguntei ao Salvador: “Mestre, aquelas pessoas que não sabem a quem pertencem, para onde irão as suas almas?”
Ele me disse: “Nessas pessoas, o Espírito Falsificado desprezível se fortaleceu enquanto elas se desviavam. Este Espírito impõe um fardo pesado à alma, levando-a ao mal e lançando-a ao esquecimento.”
“Depois que a alma deixa o corpo, ela é entregue às Autoridades que surgiram através do Primeiro Arconte.”
“Eles a amarram com correntes e a jogam na prisão. Eles a acompanham até que ela se liberte do esquecimento e ganhe sabedoria. E se então ela se tornar Perfeita, ela é salva.”
Eu disse: “Mestre, como pode a alma tornar-se mais jovem e retornar ao ventre de sua mãe, ou ao ser humano?”
Ele ficou feliz quando lhe perguntei sobre isso e me disse: “Você é verdadeiramente abençoado por entender. Esta alma será levada a seguir outra em quem habita o Espírito de vida, e ela será salva por meio dela. Então ela não será lançada na carne novamente.”
Eu disse: “Mestre, para onde irão as almas das pessoas que tinham conhecimento, mas se afastaram do caminho?”
Ele me disse: “Eles serão levados para o lugar onde vão os anjos da pobreza, onde não há arrependimento. Eles serão mantidos lá até o dia em que aqueles que blasfemaram contra o Espírito serão torturados e punidos eternamente.”
Capítulo 17
Perguntei e disse: “Mestre, de onde veio o Espírito Falsificado desprezível?”
Ele me disse: “A Mãe-Pai é grande em misericórdia, o Espírito Sagrado, que em todos os sentidos é compassivo, que simpatiza com você, a Epinóia da luz sendo a Reflexão Posterior da Previsão Iluminada.”
“Este criou a sua descendência da geração perfeita e elevou o pensamento e a luz eterna do humano.”
“Quando Yaldabaōth, o primeiro Arconte, percebeu que esses humanos eram exaltados acima dele e podiam pensar melhor do que ele, ele quis compreender o pensamento deles. Ele não sabia que eles o superavam em pensamento e que ele seria incapaz de compreendê-los.”
“Então Yaldabaōth elaborou um plano com suas Autoridades, os quais são seus Poderes.”
“Juntos, eles oprimiram Sophia, e através deles foi gerado um Poder, o ‘Destino’ amargo, a escravidão final e inconstante.”
“O ‘Destino’ é assim porque os Poderes são inconstantes. Até hoje, o ‘Destino’ é mais resistente e mais forte do que os deuses, anjos, demônios e todas as gerações que se encontram até hoje.”
“Pois do ‘Destino’ vieram toda iniquidade, injustiça e blasfêmia, a escravidão do esquecimento e da ignorância, e cada mandamento rígido, e ofensas graves, e grandes medos.”
“Assim, toda a criação foi cegada para que ninguém pudesse conhecer o PAI que está sobre todos eles.”
“Devido à escravidão do esquecimento, as suas ofensas foram escondidas. Eles foram submetidos a medidas, tempos e períodos, e o ‘Destino’ é o senhor de tudo.”
Capítulo 18
“O primeiro Arconte, Yaldabaōth formulou um plano com seus Poderes, os Elohim. Ele enviou seus anjos para as filhas dos humanos, para que eles pudessem cometer adultério com elas e gerassem descendência para seu prazer.”
“Isso não aconteceu, bem como Moisés disse: ‘os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas; e tomaram para si esposas de todas que escolheram’.”
“No início, eles não obtiveram sucesso, e quando falharam, se reuniram novamente e traçaram outro plano.”
“Eles criaram um Espírito Falsificado, semelhante ao Espírito que havia descido, para corromper as almas através deste Espírito desprezível.”
“Os anjos transformaram sua aparência para se parecerem com os cônjuges dessas mulheres, as filhas dos humanos, e cometeram adultério com as mulheres, preenchendo-as com o Espírito da escuridão que eles haviam misturado para si e com o mal.”
“Eles trouxeram ouro, prata, presentes, cobre, ferro, metal e revelaram todo tipo de mistério.”
Eles conduziram as pessoas que os seguiram em grande temor, desencaminhando-as com muitos enganos e ilusões.”
“Essas pessoas envelheceram amarguradas, pois elas trabalharam incansavelmente até o fim de suas vidas e não encontraram o repouso.”
“Elas pereceram sem encontrar a Verdade, e sem conhecer o PAI da Verdade.”
“Desta forma, toda a criação foi escravizada para sempre, desde o início do mundo até os dias atuais.”
“Os anjos tomaram as mulheres e geraram crianças, através da escuridão, semelhantes ao seu Espírito Falsificado.”
“E eles fecharam suas mentes e tornaram-se duros e seus corações através da dureza do Espírito desprezível, até os dias atuais.”
“O primeiro Arconte lamentou tudo o que aconteceu através dele. Mais uma vez, ele elaborou um plano para trazer um dilúvio sobre a criação humana.”
“A grandeza iluminada da Previsão, entretanto, alertou Noé e ele anunciou isso a todos os descendentes, os filhos humanos. Mas aqueles que lhe eram estranhos não o ouviram.”
“O dilúvio não aconteceu da maneira como Moisés disse: ‘Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele, refugiaram-se na Arca, longe das águas do dilúvio’.”
“Em vez disso, eles se esconderam em um lugar específico, não somente Noé, mas também muitas outras pessoas da raça inabalável.”
“Eles entraram naquele lugar e se esconderam em uma nuvem brilhante. Noé sabia sobre sua supremacia.”
“Com ele estava a Luz que os havia iluminado, já que o primeiro Arconte havia trazido trevas sobre toda a terra.”
Capítulo 19
“Eu, portanto, a Pronoia Perfeita, a Providência do Todo, me transformei na minha semente, pois eu existia antes. Percorri todos os caminhos. Sou a abundância de luz, Eu sou a lembrança da Totalidade.”
“Entrei nos Aeons Inferiores das Trevas e continuei até entrar no meio da prisão. Os alicerces do Caos estremeceram e eu me escondi deles devido a sua maldade, e eles não me reconheceram.”
“Novamente voltei, uma segunda vez, e continuei. Vim dos habitantes da luz. Eu sou a lembrança da Pronoia Perfeita, a Providência do Todo.”
“Entrei no meio da escuridão e nas entranhas de Hades, o submundo, procurando completar a minha tarefa.”
“As fundações do Caos estremeceram como se fossem cair sobre aqueles que habitam no caos e destruí-los.”
“Mais uma vez corri de volta à raiz da minha luz para que não fossem destruídos antes do tempo.”
“Novamente, pela terceira vez, eu saí. Sou a luz que habita na luz, sou a lembrança da Pronoia Perfeita, a Providência do Todo, para que eu pudesse entrar no meio das trevas e nas entranhas de Hades, o submundo.”
“Iluminei meu rosto com a luz, contemplando a consumação do Aeon dos Arcontes. Entrei no meio da prisão, a qual é a prisão do corpo.”
“Eu disse: ‘Aquele que ouve, levante-se do sono profundo’.”
“Uma alma chorou e derramou lágrimas. Lágrimas amargas, a pessoa enxugou e disse: ‘Quem está chamando meu nome? De onde vem esta esperança até mim, enquanto moro na escravidão da prisão’?”
“Eu disse: ‘Sou Pronoia a Previsão da Luz Pura, Sou o Pensamento do Espírito Puro, que te eleva a um lugar de honra.”
“Levante-se, lembre-se de que você ouviu e siga sua raiz, que Sou Eu, o misericordioso.”
“Proteja-se dos anjos da pobreza, dos demônios do caos e de todos que o seduzem.”
“Tenha cuidado com o sono profundo, e com a opressão de dentro de Hades, o submundo.”
“Elevei a alma e selei com cinco selos na água da luz, para que a morte não prevalecesse sobre ela daquele momento em diante.”
“Veja, agora ascenderei ao Aeon Perfeito. Completei tudo para você em sua audiência. Eu lhe disse tudo a respeito desse mistério para que você escreva e dê secretamente aos seus companheiros espirituais. Este é o Mistério da Raça Inabalável.”
“O Salvador me comunicou esse Mistério para que eu registrasse e guardasse em segurança.”
“E o Salvador disse: “Amaldiçoados sejam todos os que trocarem estas coisas por um presente, por comida, bebida, roupas ou qualquer coisa semelhante.”
“Após revelar estes Mistérios, imediatamente o salvador desapareceu.
Então João foi até seus companheiros discípulos e relatou o que o salvador lhe havia dito.”
Jesus Cristo, o ungido. Amém.
Entre as várias dezenas de manuscritos gnósticos antigos redescobertos nos tempos modernos, o Livro Secreto de João é geralmente considerado o mais importante. Ele foi chamado de fonte padrão ou mais autoritativa para o sistema mitológico gnóstico, em suma, é o preeminente “Evangelho Gnóstico”, um reservatório sagrado para a essência definidora do mito e da revelação gnóstica. Ele respira com a vida da visão que vitalizou o cristianismo primitivo, uma vida suprimida e então amplamente esquecida em eras posteriores. De uma leitura moderna deste “Evangelho” crucialmente importante e recentemente redescoberto, nos são concedidos insights fundamentais sobre os fundamentos perdidos da tradição cristã.
Apocryphon Iohannis – o segundo Evangelho de João é o título que aparece nos manuscritos originais, e por esse título o texto é conhecido nos círculos acadêmicos ao longo dos últimos cinquenta anos. Em grego, apócrifo significa literalmente “oculto” ou “secreto”, portanto, na literatura popular recente, o título é geralmente traduzido como o Livro Secreto de João ou A Revelação Secreta de João.
João Evangelista, de El Greco Por sua própria declaração, o Livro Secreto de João é um texto sagrado destinado a ser compartilhado apenas com indivíduos devidamente preparados para receber sua revelação. Nas comunhões cristãs do século II, a circulação do texto provavelmente permaneceu restrita. Surpreendentemente, apesar da circulação limitada e dos esforços posteriores eficazes da ortodoxia cristã em evolução para destruir todas as escrituras que eles consideravam “heréticas”, quatro manuscritos separados do SBJ sobreviveram até nossa era. Três deles foram encontrados entre os códices de Nag Hammadi descobertos em 1945, enquanto uma quarta cópia foi recuperada independentemente cinquenta anos antes em outro local no Egito. Todas as quatro versões datam do século IV. Três das quatro parecem traduções coptas produzidas independentemente de um texto original em grego. Dois dos quatro manuscritos (NHC II e NHC IV) são tão semelhantes que provavelmente representam cópias de uma única fonte comum.
Para contextualizar a singularidade de encontrar quatro cópias completas de um documento dessa extrema antiguidade, observe que possuímos apenas dois manuscritos bastante completos dos evangelhos canônicos de igual idade (o Codex Vaticanus e o Sinaiticus ). Apenas alguns fragmentos de textos canônicos com datas de criação anteriores ao século IV sobreviveram. Esses quatro manuscritos do Apócrifo de João representam alguns dos livros sobreviventes mais antigos conhecidos. Das areias antigas do Egito, eles chegam à nossa era moderna trazendo uma mensagem atemporal.
O Livro Secreto de João é o único texto gnóstico que todo estudante que tem em vista entender as raízes do cristianismo antigo deve ler. À primeira vista, ele parecerá diferente de tudo o que é encontrado no Novo Testamento, exceto talvez o Apocalipse de João. Como o Apocalipse, este também é um texto de revelação, uma visão secreta e sagrada. É a história de Deus e, por reflexão, a história da Humanidade, uma reflexão psicológica penetrante sobre a fonte da consciência e a situação existencial de uma luz eterna que habita a vida.
Na antiguidade, os leitores estudavam a Revelação Secreta de João para aperfeiçoar a imagem divina de suas almas; ela foi composta, traduzida e distribuída amplamente para promover a salvação — ou para refutar suas alegações de auxiliar na salvação. No mundo moderno, no entanto, foi raramente lida com tais objetivos em mente. Ela geralmente encontra seu lugar na teologia do cristianismo ortodoxo como um capítulo sobre heresia gnóstica ou em disputas sobre as origens históricas e a definição do gnosticismo. Na academia, mais estritamente, seu valor tem a ver na maioria com a produção intelectual e prestígio, incluindo preocupações sobre estabilidade e promoção, salvação, se preferir, de um tipo bem diferente. À medida que a Revelação Secreta de João se torna mais amplamente conhecida, podemos esperar que ela tenha novos e variados impactos na historiografia cristã primitiva, na teologia construtiva e na apropriação pessoal. Em qualquer caso, os leitores modernos não ficam de fora da história da obra, mas a assumem em um novo estágio histórico.
Os recursos desta coleção visam auxiliar o estudo da Revelação Secreta, o Livro Secreto, o Apócrifo, de João, para auxiliá-lo a se tornar mais amplamente conhecido, para auxiliar na “apropriação pessoal” por leitores modernos que agora surpreendentemente se encontram parte de sua história.
Além dos materiais apresentados aqui, recomendamos fortemente que estudantes sérios adquiram dois livros excelentes. O primeiro é a soberba nova tradução de Stevan Davies de O Livro Secreto de João . Davies produziu uma tradução legível que é profundamente fiel ao material de origem: é precisa e bela. A tradução de Davies é acompanhada por um excelente comentário verso por verso nas páginas opostas. Para qualquer leitor, este é o lugar para começar. O segundo livro é A Revelação Secreta de João, de Karen King . Este é um estudo extenso e acadêmico – mas ainda assim muito legível – do texto e do meio cultural que influenciou e, por sua vez, foi influenciado pelo Apócrifo Iohannis.
Lance Owens
Edições online do Apócrifo de João
O Livro Secreto de João, por Stevan Davies
Cinco traduções do Apócrifo de João estão disponíveis em nossa coleção da Biblioteca. É importante lembrar que existem quatro manuscritos separados do texto, cada um com alguma variação. A maioria das traduções faz referência ao texto de todos os quatro para desenvolver uma única versão coerente em inglês. Este é o caso das três primeiras traduções listadas:
Tradução de Stevan Davies – Davies traduz o texto em verso livre, o que realça muito sua beleza e inteligibilidade. Esta é a tradução que recomendamos aos leitores que encontram o texto pela primeira vez.
Tradução de Marvin Meyer – O Dr. Mavin Meyer foi a autoridade máxima em textos e traduções de Nag Hammadi. Ele contribuiu com esta bela e abalizada tradução combinada para nossa coleção.
Tradução de Frederik Wisse – Originalmente preparada para o Projeto da Biblioteca Gnóstica Copta, esta é uma tradução precisa e amplamente referenciada. No entanto, as edições acima e a edição acadêmica de Wisse & Waldstein de 1995 (abaixo) fornecem o que julgamos serem versões muito aprimoradas dos textos.
É instrutivo observar como e onde os diferentes manuscritos variam textualmente. Para isso, fornecemos edições das traduções de Waldstein e Wisse tanto da versão longa (do Códice NHL II,1 e Códice IV,1) quanto da versão curta (do Códice NHL III,1 e Códice de Berlim BG 8502,2) do Apócrifo de João .
Tradução de Michael Waldstein e Frederik Wisse – Esta é a edição acadêmica, fornecendo traduções comparativas de cada um dos quatro manuscritos sobreviventes do Apócrifo de João.
Versão curta (NHL Codex III,1 e Berlin Codex BG 8502,2)
Versão longa (NHL Codex II,1 e Codex IV,1)
Edições impressas do Apócrifo de João
Além dos materiais apresentados aqui, recomendamos fortemente que estudantes sérios adquiram uma ou duas das seguintes edições impressas do Apócrifo de João. Cada um desses três volumes tem um escopo e foco diferentes.
O Livro Secreto de João , tradução e anotação de Stevan Davies, Skylight Paths Publishing, 2005
Nossa primeira recomendação é a excelente nova tradução de Stevan Davies de O Livro Secreto de João . Davies produziu uma tradução de fácil leitura, profundamente fiel ao material original: precisa e bela. O autor fornece um comentário útil e detalhado, verso por verso, nas páginas opostas. Para qualquer leitor, este é o lugar certo para começar. (O Dr. Davies nos deu permissão para incluir sua tradução nesta coletânea, porém o comentário está disponível apenas na edição impressa.) Stevan Davies é professor de Estudos Religiosos na Faculdade da Misericórdia. Compre o livro.
Leia um trecho da introdução.
A Revelação Secreta de João , por Karen King, Harvard University Press, 2006
A Revelação Secreta de João, por Karen King
A Revelação Secreta de João
por Karen King
O segundo livro recomendado é "A Revelação Secreta de João", de Karen King . Trata-se de um estudo abrangente e acadêmico – mas ainda assim muito agradável de ler – do texto e do meio cultural que influenciou e, por sua vez, foi influenciado pelo Apócrifo Iohannis. Inclui traduções das versões "curta" e "longa" do texto (baseadas na edição de Waldsein e Wisse), uma análise aprofundada, um extenso comentário multifacetado e abundantes notas e citações acadêmicas. Karen King é Professora Winn de História Eclesiástica na Universidade de Harvard. Compre o livro.
Leia um trecho da Introdução.
O Apócrifo de João: Sinopse dos Códices de Nag Hammadi II,1;III,1; e IV,1 com BG 8502,2 por Michael Waldstein e Frederik Wisse, Brill Academic Pub, 1995
A tradução acadêmica autorizada do Apócrifo de João, preparada por dois renomados estudiosos coptas. Todas as traduções atuais dos manuscritos fazem referência a esta edição. Embora não seja adequado para o estudante casual, todo estudioso sério eventualmente desejará consultar este texto. Incluímos em nossa coleção online uma tradução das versões longa e curta do Apócrifo de João, baseadas nesta edição. (Como todos os livros acadêmicos publicados pela Brill, este volume geralmente é vendido por cerca de US$ 100.) Compre o livro
Os Evangelhos Gnósticos de Jesus, editados e traduzidos por Marvin Meyer, HarperSanFrancisco, 2005
Esta é a nossa principal recomendação para leitores que iniciam sua exploração das escrituras gnósticas. Nas últimas três décadas, o Prof. Marvin Meyer se destacou como um tradutor e comentarista excepcionalmente talentoso. Nesta nova coletânea, a melhor de várias que ele já publicou, Meyer apresenta doze "evangelhos" gnósticos fundamentais – incluindo o Livro Secreto de João – em novas traduções sucintas, precisas e de fácil leitura. Cada texto recebe uma introdução explicativa útil. Se você ainda não possui uma coletânea das principais escrituras gnósticas, vai querer este livro. Compre o livro
Textos Gnósticos da Tradição de João
No cristianismo primitivo, existiam tradições, muitas vezes geograficamente localizadas, que honravam uma figura apostólica cristã específica como padroeiro principal e fonte iniciática. A tradição de João se destacava entre elas. Os estudiosos geralmente aceitam que diversas vozes transmitiram as tradições e escreveram os textos atribuídos à figura apostólica de João – e reconhecem nessa tradição uma visão distinta de Cristo e Sua mensagem. É claro que mesmo os estudiosos mais desatentos observam que o Evangelho de João e o Apocalipse de João são diferentes de tudo o mais no Novo Testamento.
Durante o segundo e terceiro séculos, algumas facções dentro do movimento cristão primitivo consideraram a tradição de João perigosamente misturada com a heresia gnóstica, a ponto de rejeitar o Evangelho de João como uma falsificação gnóstica. Por muitos séculos, argumentou-se que as Revelações de João não deveriam fazer parte do cânone do cristianismo. Essa visão extrema reflete um fato bem reconhecido pelos estudiosos modernos: a tradição que afirmava falar em nome de João estava entrelaçada com inclinações esotéricas e visionárias associadas ao gnosticismo cristão. O cristianismo ortodoxo tem se esforçado perpetuamente para acolher João e, ao mesmo tempo, retirá-lo das profundas correntes gnósticas que permeavam a tradição joanina.
O Livro Secreto de João é uma evidência dessa visão "gnóstica" suprimida e da veneração a João. Além do Livro Secreto de João, outra notável "voz de João" sobreviveu em um texto conhecido como Atos de João .
O Hino de Jesus e O Mistério da Cruz dos Atos de João
Estas duas leituras foram retiradas dos Atos de João, um texto datado do início do século II (talvez já em 130 d.C.) e preservado por dois milênios em arquivos ortodoxos. As passagens aqui, que compreendem as seções 96 a 102 dos Atos de João, revelam uma declaração poética comovente da visão gnóstica de Cristo, apresentada pela voz do apóstolo João.
Para uma introdução detalhada e comentários sobre os textos, veja "O Hino de Jesus" , de GRS Mead.
O Hino de Jesus, de GRS Mead. Um comentário e análise do texto do hino em Atos de João.
Atos de João – Texto completo dos Atos de João.
O primeiro comentário conhecido sobre o Evangelho foi um comentário sobre o Evangelho de João, escrito por volta de 170 d.C., escrito por um proeminente cristão gnóstico e discípulo de Valentino, Heracleon. Enquanto a Revelação Secreta de João e o texto do hino nos Atos de João refletem o lado esotérico e visionário da tradição joanina, o comentário de Heracleon ilustra a energia exegética pública da memória gnóstica de João.
Heracleon: Fragmentos do primeiro Comentário sobre o Evangelho de João
Embora o texto completo do comentário de Heracleon tenha se perdido, trechos foram preservados nas seções remanescentes do comentário de Orígenes sobre João, escrito cerca de cinquenta anos depois (talvez por volta de 230 d.C.). Em seu comentário, Orígenes cita extensivamente e, em seguida, responde a Heracleon. Para uma análise aprofundada do Comentário de Heracleon, veja: Elaine H. Pagels, The Johannine Gospel in Gnostic Exegesis: Heracleon's Commentary on John (Nashville e Nova York: Abingdon Press, 1973). Este foi o primeiro livro da Dra. Pagels e é baseado em sua tese de doutorado. Compre o livro.
Além do comentário de Heráclito, descobrimos que um dos primeiros comentários sobre o Prólogo do Evangelho de João foi escrito por Ptolomeu, outro cristão gnóstico do final do século II e discípulo proeminente de Valentino.
Ptolomeu: Um Comentário Gnóstico sobre o Evangelho de João Prólogo
Esses fragmentos do comentário de Ptolomeu foram preservados por Irineu em seu Adversus Heraeses (seção 1.8.5), escrito por volta de 180 d.C. (Lembre-se de que as primeiras citações conhecidas do Apócrifo de João aparecem nesta mesma obra de Irineu.)
As Perguntas de João . A tradição cátara medieval era profundamente devotada às tradições de João e preservou um texto joanino muito importante: a Interregatio Iohannis ("As Perguntas de João", também às vezes referida na tradução como "O Livro de João Evangelista"). Este texto provavelmente preserva uma obra da tradição joanina com origens em um período muito antigo do Gnosticismo Clássico, datando conjecturas de uma primeira fonte já no século II.
Comentário sobre O Livro Secreto de João
Leitores com inclinação acadêmica podem achar útil este artigo extenso da Dra. Karen King: "Lendo sexo e gênero na revelação secreta de João" , The Journal of Early Christian Studies 19:4 (inverno de 2011), pp. 519-538.
Palestras em áudio online sobre O Livro Secreto de João
A série de palestras a seguir, apresentada pelo Dr. Stephan A. Hoeller, renomada autoridade em Gnosticismo, está disponível para compra e download online em formato MP3. Esta série de palestras é baseada na excelente nova "edição para leitores" de O Livro Secreto de João, do Dr. Stevan Davies.
O Evangelho de Tomé e a Hermenêutica da Visão Detalhe - São João Evangelista, de El Greco
Um ensaio sobre visão e tradições textuais gnósticas, dirigido especificamente ao Evangelho de Tomé, mas também relevante ao Livro Secreto de João.
Em suas palavras iniciais, o Evangelho de Tomé oferece um desafio hermenêutico impressionante: "quem encontrar a interpretação destes ditos não experimentará a morte". Infelizmente, os leitores modernos chegam a este incipit desprovidos de uma técnica de leitura interpretativa – uma hermenêutica – que permita adentrar no significado misterioso garantido por tais palavras. Este ensaio, "O Evangelho de Tomé e a Hermenêutica da Visão ", do Dr. Lance Owens, explora a resposta a uma pergunta instigante: "Havia uma tradição original de interpretação – uma técnica hermenêutica – implícita nas primeiras transmissões da tradição de Tomé que conferisse uma coerência orgânica às leituras do texto? Em caso afirmativo, esse método hermenêutico ainda é acessível? Os leitores modernos podem enfrentar o desafio do incipit de Tomé ?"
(O Apócrifo de João - A Revelação Secreta de João)
Traduzido por Marvin Meyer
Esta tradução original de Marvin Meyer de O Livro Secreto de João é apresentada na Biblioteca da Sociedade Gnóstica com a permissão e licença do detentor dos direitos autorais. Ela é reproduzida em A Bíblia Gnóstica , © 2003, Willis Barnstone & Marvin Meyer. Os títulos das seções em negrito foram adicionados ao texto pelo tradutor para maior clareza.
O Dr. Meyer observa que esta tradução de O Livro Secreto de João é amplamente baseada no texto copta do Códice II, 1, manuscrito copta, páginas 1, 1 a 32, 9. O texto do Códice IV, 1, de Nag Hammadi, que também representa a versão longa, foi consultado, assim como os textos que representam a versão curta, Códice III, 1, de Nag Hammadi, e Códice Gnóstico de Berlim [BG] 8502, 2. Uma série de pequenas restaurações foram incorporadas à tradução, especialmente no início do texto. As leituras foram confirmadas sempre que possível, consultando os quatro textos coptas de O Livro Secreto de João .
O Apócrifo de João é comumente referenciado por dois outros nomes: O Livro Secreto de João e A Revelação Secreta de João , dependendo de como a palavra "Apócrifo" é traduzida. Existem quatro manuscritos coptas sobreviventes deste texto: duas versões mais curtas, encontradas no Códice de Berlim e no Códice III de Nag Hammadi, e duas versões mais longas, encontradas nos Códices II e IV de Nag Hammadi. Esta tradução preparada pelo Dr. Meyer utiliza todos os quatro manuscritos para produzir um único texto, conforme explicado na nota acima.
Traduções separadas da versão curta e longa, juntamente com extensos recursos adicionais, estão disponíveis na Coleção Apócrifo de João da Biblioteca da Sociedade Gnóstica. Visite a Coleção Apócrifo de João para mais informações .
Informações do manuscrito:
A tradução original deste texto foi preparada por membros do Coptic Gnostic Library Project do Institute for Antiquity and Christianity, Claremont Graduate School.
O Coptic Gnostic Library Project foi financiado pela UNESCO, National Endowment for the Humanities e outras instituições.
EJ Brill reivindicou direitos autorais sobre textos publicados pelo Coptic Gnostic Library Project.
A tradução apresentada aqui foi editada, modificada e formatada para uso na Gnostic Society Library.
Tradução para o inglês na Biblioteca da Sociedade Gnóstica
Translated by Marvin Meyer.
Traduções em inglês:
BARNSTONE, Willis; MEYER, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
Alastair H. B. Logan, Gnostic Truth and Christian Heresy (Hendrickson 1996).
Bentley Layton, The Gnostic Scriptures: A New Translation With Annotations and Introductions (Doubleday 1987).
James M. Robinson, ed., The Nag Hammadi Library in English (San Francisco, CA: HarperCollins 1990), pp. 104-123.
Barnstone, Willis, and Marvin Meyer, eds. The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
TURNER, John Douglas et al. The Book of Thomas the Contender from Codex II of the Cairo Gnostic Library from Nag Hammadi (CG II, 7). Scholars Press, 1975.
LAYTON, Bentley. As escrituras gnósticas. Edicoes Loyola, 2002.
LAYTON, Bentley; BRAKKE, David; COLLINS, John (Ed.). The gnostic scriptures. Yale University Press, 2021.
The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Estados Unidos, Shambhala, 2009.
BARNSTONE, Willis; MEYER, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
The Holy Bible: 1611 Edition, King James Version. Estados Unidos, American bible society., 1611.
The Holy Bible: King James Version. Estados Unidos, Hendrickson Publishers, 2004.
JAMES, King. Holy Bible King James Version. Evans Akuamoah-Boateng, 1976.
DE ALMEIDA, João Ferreira. A BÍBLIA SAGRADA, contendo o Velho e o Novo Testamento. Sociedada Bíblica do Brasil, 1864.
CARTH, John. O livro de Enoque. Clube de Autores, 2009.
Gnosis.org/naghamm/nhl_sbj.htm
John - HOLY BIBLE - Greck - English - Latim
Capa do Segundo Evangelho de João, e ela deve refletir a natureza íntima e sagrada da revelação que este livro contém. O estilo do nosso artista plástico, Pedro Yaya, é perfeito para isso, pois ele combina o místico com o hermético.
Prompt para a Capa: O Segundo Evangelho de João
A arte segue o estilo "Mentalismo Hermético" de Pedro Yaya, com um foco na revelação do Pleroma. A atmosfera é de profunda espiritualidade e mistério.
Elementos da Cena Principal:
João, o Discípulo Amado: A figura principal é João. Ele está de joelhos, não em um gesto de submissão, mas de profunda reverência e êxtase. Seu rosto está voltado para cima, iluminado por uma luz que emana de seu peito, simbolizando a Gnose.
O Manto de Barbelo: Um manto de luz azul e dourada, com os tons celestiais que definimos para o Pleroma, desce sobre a figura de João. Este manto simboliza a presença de Barbelo, a Mãe-Pai, que está revelando a verdade a ele.
A Visão do Pleroma: No topo da arte, há um portal de luz que se abre, revelando o Pleroma. Dentro dele, em uma forma etérea, está a figura do PAI (que não tem forma definida) e a figura de Barbelo ao seu lado, emanando luz sobre João.
O Símbolo da Revelação: Uma única "Centelha de Luz" desce do portal e toca a testa de João, simbolizando a transmissão direta do conhecimento. Esta centelha representa a Pronoia e o Autogenes.
Paleta de Cores e Simbolismo: A paleta é dominada por tons celestiais de branco puro, dourado, azul-claro e roxo. Essas cores contrastam com o fundo escuro, em tons cinzas e marrons, que representam o mundo material. A luz da revelação ilumina o corpo de João e desvanece as trevas ao seu redor.