Ouça os Evangelhos Sagrados
O Evangelho
A Sophia de Jesus Cristo
Evangelhos dos Ensinamentos
de Jesus Cristo na Galileia.
LIVRO 1
Capítulo 1
Depois que Jesus ressuscitou dos mortos, continuaram a ser seus seguidores seus dezenove discípulos (doze homens e sete mulheres) e foram para a Galileia, para a montanha chamada “Divinação e Alegria”.
Quando eles se reuniram, ficaram perplexos sobre a realidade subjacente do universo e do plano divino, e da Sagrada Providência, e dos Poderes e das Autoridades, e sobre tudo o que o Salvador estava fazendo com eles em segredo a respeito do plano sagrado.
O Salvador apareceu para eles, não na sua forma anterior, mas como espírito invisível. E a sua semelhança se assemelha a um grande anjo resplandescente.
Mas não devo descrever sua semelhança. Nenhuma carne mortal poderia suportá-lo, mas somente a carne pura e perfeita, como aquela que ele nos ensinou no monte chamado “Das Oliveiras”.
O Salvador disse: “Paz para vocês. A minha paz eu lhes dou!”
Eles estavam maravilhados e com medo. O Salvador riu e perguntou a eles: “O que vocês estão pensando? Vocês estão perplexos? O que vocês querem saber?”
Felipe aventurou-se: “Nós queremos que você explique a realidade subjacente do universo e o plano divino.”
O Salvador respondeu: “Toda a poeira chamada humanidade, desde o início do mundo até agora, tem buscado sobre a Divindade. Quem ele é? Como ele é? Mas eles não o encontraram! Ora, os mais sábios entre eles especularam sobre o mecanismo que comanda o universo e o seu movimento, mas eles não encontraram a verdade.”
“Estes filósofos disseram que ocorre de três modos diferentes, portanto eles não concordam. Alguns dizem que o mundo é autoconduzido. Outros acreditam ser a providência. Ainda outros dizem ser o destino. Nenhum destes está sequer próximo da verdade, por serem criações do homem.”
“Mas, já que vim da Luz Infinita, eu conheço a Luz, eu estou aqui para contar a vocês sobre a natureza precisa da verdade. Tudo o que vem de si próprio é poluído, já que é autocriado. A providência não tem sabedoria e o destino não discerne!”
“Mas cabe a vocês saber. Quem quer que seja digno da sabedoria irá recebê-la: quem quer que tenha nascido do Primeiro Que Foi Enviado, é imortal no meio da mortalidade.”
Capítulo 2
Mateus disse a ele: “Senhor, a verdade é encontrada somente por meio de ti. Nos ensine então a verdade.”
O Salvador respondeu: “‘Aquele Que É’, é inefável e indescritível. Ninguém desde o princípio o conheceu, nenhuma Autoridade, manipulador ou criatura do gênesis do universo até agora conheceu ‘Aquele da Primeira Luz’, exceto Ele Próprio, e aqueles para os quais ele se revela, por meio daquele que é da Primeira Luz.”
“Sou o Grande Salvador, Imortal e Eterno. Todos que nascem, morrem. Mas o eterno não nasce, o não-gerado não tem começo. Todos que começam, têm um fim! Ele não é nomeado por um regente, pois aqueles que são nomeados são criados por outros. Ele é, de fato, inominável. Ele não tem forma humana, pois quem tem forma humana é criação de outro. Ele não se assemelha à criação.”
“Mas ele tem uma aparência própria. Não é nada como o que vocês tenham visto ou conhecido; pelo contrário, é uma aparência extraordinária que é mais esplêndida do que qualquer coisa, incluindo a visão magnífica do próprio universo.”
“Ele olha para todos os lados e se vê a partir de si próprio. Visto que ele é infinito, é incompreensível para a mente humana. Ele é imperecível e não se assemelha a nada. Sua bondade é imutável. Ele é perfeito, não tendo nenhum defeito. Ele é abençoado pela imperecibilidade. Ele é imensurável. Ele é insondável. Portanto, ele é chamado, “Pai do Todo.”
Felipe disse: “Senhor, então, como ele apareceu para os Perfeitos que o viram?”
O Salvador Perfeito respondeu para Felipe: “A majestade e a autoridade do PAI estavam presentes antes dele se tornar visível, já que ele envolve o Todo das Totalidades enquanto nada o envolve. Pois ele é a mente total empenhada em pensamento, consideração, reflexão, racionalidade, e poder. Os dignos também têm estes poderes, e são igualmente fontes das Totalidades. O Pai infinito e não-gerado previu a raça inteira deles, do primeiro até o último.”
Tomé perguntou a ele: “Senhor Salvador, como os perfeitos surgiram e por que foi revelado?”
O Salvador perfeito disse: “Vim aqui do Infinito para tornar estas coisas visíveis para vocês. O ‘Espírito-Que-É’ era o progenitor, porque ele tem o poder de trazer vida e a natureza de um criador. A grande riqueza escondida dentro dele tinha necessidade de autorrevelação. Por conta de sua misericórdia natural e seu amor, ele sozinho desejou gerar vida para compartilhar sua bondade com ela. Em troca, esta bondade foi concedida à Geração Inabalável, progenitora de corpo e fruto, glória e honra em imortalidade, e graça infinita. Para que seu tesouro pudesse ser revelado pelo Deus autogerado, o PAI de toda imperecibilidade e daqueles que existiram depois. Embora eles não tenham sido revelados, ainda existe uma grande diferença entre os imperecíveis.”
Então, o Salvador exclamou: “Quem tiver ouvidos para ouvir sobre Os Infinitos, que ouça! Eu me dirigi e estou me referindo ‘àqueles que estão acordados’!”
Ele prosseguiu dizendo, “Tudo que veio do perecível irá perecer, mas tudo que veio do imperecível não perece, mas se torna imperecível. Muitos se perderam e morreram porque eles não sabiam a diferença!”
Maria Madalena disse a ele: “Senhor, se muitos se perderam e morreram, como nós iremos diferenciar?”
O Salvador Perfeito respondeu: “Renuncie ao domínio visível, encerre com as coisas visíveis, então se aproxime a partir do domínio do invisível, e a própria emanação do Pensamento te revelará como a fé no invisível pode ser encontrada no domínio visível, aquelas que pertencem ao PAI Inefável. Quem tiver ouvidos, que ouça!”
Capítulo 3
“Verdadeiramente, o ‘PAI do Todo’ é mais corretamente chamado ‘Antepassado’ do que ‘PAI’; pois o PAI é, em princípio, progenitor daqueles que serão criados, mas já que ele não tem começo, ele é mais precisamente chamado ‘Antepassado’.”
“Observando a si próprio como se ele estivesse olhando em um espelho interno, ele aparece para si próprio como Auto-PAI Divino, o defensor daqueles sendo atacados, e o Primeiro Pai Não-Gerado Existente. Ele é de fato da mesma idade do Antepassado, o qual é a Luz que está diante dele, mas não é igual a ele em poder.”
“Depois foi revelada toda uma multidão inumerável de seres autogerados, todos gerados ao mesmo tempo, iguais em idade e poder, estando em glória e incontáveis vivendo nos reinos celestes. Eles são chamados ‘A Geração sobre A Qual Não Há Reino’, e vocês são descendentes deles.”
“Estes são também chamados ‘Filhos do Pai Não-Gerado, Deus, Salvador, e Filho de Deus’, cuja imagem está dentro de vocês. Agora ele é o incognoscível, que é pleno de glória sempre imperecível e alegria inefável. Aqueles que pertencem a ele agora repousam nele e compartilham desta alegria inefável em sua glória imutável e júbilo imensurável. Até este momento, isso nunca foi ouvido ou conhecido entre todos os seus Aeons Celestiais.”
Mateus perguntou-lhe: “Senhor, Salvador, como Ele foi revelado à humanidade?”
O Salvador perfeito disse: “Saiba agora que O Infinito que vivia antes do universo ser criado é o PAI Autonutrido e Autogerado. Sendo repleto de impressionante Luz e inefável, de modo indescritível. No princípio, foi decidido que sua aparência se tornasse um grande Poder. Imediatamente, a Luz assumiu a aparência do Homem Imortal Andrógino (o qual é o Salvador); para que, por meio dele, a humanidade pudesse alcançar salvação e despertar do esquecimento e escapar da pobreza causada pelos ladrões (os Arcontes) através do intérprete (Espírito Santo) que foi enviado, que está com vocês até o fim dos tempos.”
“E seu Cônjuge é a Grande Sophia, que desde o início foi destinada nele à união pelo PAI Autogerado, através da qual o Homem Imortal apareceu como o Primeiro, divindade e reino, como revelados pelo PAI. E ele criou um grande Aeon, cujo nome é ‘Ogdóade’, para sua própria majestade.
“Ele recebeu grande autoridade e poder para governar sobre a criação da pobreza. Ele criou deuses e anjos, e arcanjos, miríades incontáveis, para a comitiva daquela Luz e do Espírito tri-masculino, na qual é o de Sophia, sua consorte. Pois a partir disso se originam as divindades e reinos. Por isso, ele foi chamado de ‘Deus dos deuses’ e ‘Rei dos reis’.”
“O Primeiro Homem tem sua mente e pensamento únicos, assim como ele é Poder e pensamento, racionalidade, considerando e refletindo. Todos os atributos que existem são perfeitos e imortais. No que diz respeito à imperecibilidade, eles são de fato iguais. Mas em relação ao Poder, eles são diferentes, como a diferença entre Pai e Filho, e Filho e pensamento, e o pensamento e o restante. Como eu disse antes, entre as coisas criadas, O Único é o primeiro.”
“E depois de tudo, tudo o que foi revelado apareceu pelo seu Poder. E do que foi criado, tudo o que foi constituído apareceu; do que foi criado, apareceu o que foi formado; do que foi formado, os quais foram nomeados. Assim surgiu a diferença entre os não-gerados do início até o fim.”
Capítulo 4
Então, Bartolomeu questionou o salvador: “No Evangelho, um é designado ‘Homem’ e também ‘Filho do Homem’? Com qual destes, então, o Filho de Deus está relacionado?”
O Sagrado respondeu-lhe: “Quero que saibam que o Primeiro Homem é Adão, chamado de ‘Progenitor e Mente Autoaperfeiçoada’. O Primeiro Homem refletiu com a Grande Sophia, sua consorte, e por meio dele foi revelado o Filho Primogênito e Andrógino. Seu nome masculino é designado ‘Primeiro Gerador, Filho de Deus’, seu nome feminino, ‘Primeira Geradora Sophia, Mãe do Universo’. Os Perfeitos a chamam de ‘Amor’.
Agora, o ‘Filho do Homem’, sendo o Primogênito, é chamado de ‘Cristo’. Ele criou uma multidão de anjos incontáveis para a comitiva do Espírito e da Luz.”
Seus discípulos lhe disseram: “Senhor, revela-nos aquele que é chamado de ‘Homem’, para que também nós possamos conhecer com exatidão a sua glória”.
O Salvador perfeito disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
“O Primeiro Progenitor, Pai Adão, veio da Luz resplandecente, portanto é chamado ‘Olho de Luz’, também como os anjos sagrados, sendo indescritíveis, sem sombra, e continuamente se alegrando em suas habilidades de raciocinar, que eles receberam de seu Pai.”
“Todo o Reino do ‘Filho do Homem’, sendo chamado de ‘Filho de Deus’, é repleto de alegria inefável e sem sombra, e de júbilo imutável, sobre tamanha glória imperecível. Glória, que nunca foi ouvida até agora, nem foi revelada nos Aeons que vieram depois, e em seus mundos. Vim da Primeira Luz Autogerada e Infinita, para que eu possa revelar tudo a vocês.”
Novamente, os discípulos disseram: “Diga-nos claramente como eles vieram dos reinos imortais e invisíveis para esse mundo, que está cheio de morte e agonia?”
O Salvador perfeito disse: “O Filho do Homem concedeu seu Poder com Sophia, sua companheira, e revelou uma grande luz andrógina. Seu nome masculino é designado ‘Salvador, Progenitor de Todas as Coisas’. Chamem-na de ‘Pistis Sophia’.
“Todas as almas que vêm a esse mundo, vêm como uma gota da Luz, sendo guardadas pela Luz. A escravidão do esquecimento a aprisiona no mundo dos Arcontes. E pela vontade de Sophia, a qual é a ‘Realidade dos Regentes’, possa ser revelada através dela a todo o mundo que está na pobreza, e a respeito do Arconte-Chefe Yaldabaōth, e de sua arrogância, cegueira e da ignorância de que foi nomeado.”
“Mas vim do Aeon Eterno acima pela vontade da grande Luz, escapando dessa escravidão, interrompi o trabalho dos ladrões, despertei cada gota enviada por Sophia, para que cada uma possa gerar muitos frutos através de mim, se aperfeiçoar através de mim, e se unir com o PAI através de mim, o Grande Salvador, para que sua glória pudesse ser revelada.”
“Para que Sophia também pudesse ser justificada em relação a essa imperfeição, e para que seus filhos não se tornassem novamente imperfeitos, mas pudessem alcançar honra e glória e ascender para o PAI, e conhecer suas palavras de Luz.”
“E o Filho do Homem, que foi enviado para que vocês recebam Luz, e escapem do esquecimento causado pelas Autoridades. Para pisarem nas intenções maliciosas deles, superando a tentação da imoralidade carnal, para não voltarem a renascer por tua própria natureza, a saber, a sensualidade que vem do terrível fogo da paixão, que vem de suas partes carnais.”
Capítulo 5
Então Tomé perguntou: “Senhor, Salvador, quantos são os Aeons daqueles que ultrapassam os céus?”
O Salvador Perfeito respondeu: “Bem-Aventurado é você porque pergunta sobre os grandes Aeons Eternos, pois suas raízes estão no infinito. Agora, quando aqueles que foram revelados, como discuti anteriormente, o PAI Autogerado logo criou doze Aeons para a comitiva dos doze Poderes. Estes são perfeitos e bons. Assim apareceu o defeito na mulher.”
Tomé continuou a questionar o Salvador: “Quantos são os Aeons dos imortais, começando pelo infinito?”
O Salvador perfeito respondeu: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. O primeiro Aeon é o do ‘Filho do Homem’, sendo chamado de ‘Primeiro Gerador’, o qual é chamado de ‘Salvador’, que apareceu.”
“O segundo Aeon é o do ‘Homem’, chamado de ‘Adão, Olho de Luz’. Ainda maior é o Aeon Eterno Infinito do PAI, o Único, o Inefável, o Aeon dos Aeons Autogerado que existem nele, envolvendo tanto o reino do ‘Filho do Homem’ quanto do ‘Homem’. Incluindo todos os imortais que descrevi anteriormente, o Oitavo Aeon acima do Sétimo, que emanou de Sophia, sendo o primeiro Aeon.”
“Agora o Homem Imortal revelou Aeons e Poderes e Reinos, e conferiu Autoridade a todos os que nele existem, para que pudessem exercer seus desejos até as últimas coisas que estão acima do caos.”
“Pois estes consentiram entre si e revelaram toda magnificência, até mesmo pela dimensão espiritual de gloriosas luzes inumeráveis.”
“Estes Aeons foram chamados no início, isto é, o primeiro, o segundo e o terceiro. O primeiro é chamado de ‘União e Repouso’.”
“Cada Aeon tem seu próprio nome; pois o terceiro Aeon foi designado ‘Assembleia’, devido à grande multidão que surgiu, pois em um, uma multidão se revelou. Agora, porque as multidões se reúnem em união, nós as chamamos de ‘Assembleia do Oitavo Aeon’.”
“Ele surgiu como andrógino, sendo nomeado em parte como masculino e em parte como feminino. O masculino é chamado de ‘Assembleia’, enquanto o feminino é chamado de ‘Vida’, para poder ser demonstrado que de todos os Aeons veio a vida por uma fêmea. E todos os nomes foram recebidos desde o início.”
“Pois a partir de sua concordância com seu pensamento, muito em breve apareceram os Poderes chamados de ‘deuses’; e os deuses dos deuses, por sua sabedoria, revelaram deuses; e os deuses, por sua sabedoria, revelaram senhores; e os senhores dos senhores de seus pensamentos revelaram senhores; e os senhores de seu poder revelaram arcanjos; pelas suas palavras arcanjos revelaram anjos, aparências revelaram dos anjos, com estrutura e forma e nome para todos os Aeons e seus mundos.”
“E os imortais, que acabei de descrever, todos têm autoridade do Homem Imortal, chamado de ‘Silêncio’, porque ao refletir sem falar, toda a sua própria majestade foi aperfeiçoada.”
“Pois, como as imperecibilidades tinham Autoridade, cada um criou um grande reino no Oitavo Aeon, e também tronos e templos e firmamentos para suas próprias majestades, pois estes vieram pela vontade de Sophia, a Mãe do Universo.”
Capítulo 6
Então os Apóstolos Sagrados lhe disseram: “Senhor, Salvador, conte-nos sobre aqueles que estão nos Aeons, por ser necessário que perguntemos sobre eles”.
O Salvador Perfeito disse: “Revelarei qualquer coisa que vocês perguntarem. Eles criaram multidões de anjos, miríades incontáveis, para suas próprias companhia e glória. Eles criaram espíritos virgens, as luzes inefáveis e imutáveis. Estes foram criados perfeitos num instante pela força de vontade, e, devido à natureza deles, são imunes à doença e fraqueza.”
“Assim, os Aeons foram completados rapidamente nos céus e nos firmamentos na glória do Homem Imortal e de Sophia, sua companheira. A região da qual cada Aeon e o mundo e aqueles que vieram depois usaram seu modelo para a criação de semelhanças nos céus do caos e seus mundos.”
“E todas as naturezas, a partir da revelação do caos, estão na Luz que brilha sem sombra, e alegria que não pode ser descrita e júbilo indescritível. Eles sempre se deleitam devido a sua glória imutável e do descanso imensurável, que não pode ser descrito entre todos os Aeons que existiram depois, e todos os seus Poderes. Agora, tudo o que acabei de dizer a vocês, Eu disse para que vocês possam brilhar na Luz mais do que eles.”
Maria de Cleófas indagou-lhe: “Mestre Sagrado, de onde vieram os teus discípulos, para onde vão e o que devem fazer aqui?”
O Salvador Perfeito disse-lhes: “Quero que saibam que Sophia, a Mãe do Universo e seu cônjuge masculino, desejava sozinha gerar Aeons de Luz como ela e trazê-los à existência sem o consentimento de seu cônjuge masculino. Mas, pela vontade do PAI da Totalidade, para que sua bondade inimaginável possa ser revelada, através da criação do mortal, uma barreira espiritual surgiu, um véu separando o reino dos imortais e daqueles mortais que vieram depois. Para que a fraqueza da primeira mulher mortal possa ser revelada, e a consequente disputa dela com o Erro, e que a consequência possa seguir cada Aeon e o caos. E estes se tornaram o véu do espírito.”
“Como já disse antes, dos Aeons acima, as emanações de Luz, uma gota da Luz e do Espírito desceu às regiões inferiores do Arconte Chefe no caos. Para que formas de seres vivos pudessem ser modeladas e surgir através daquela gota da Grande Luz. Este é um julgamento sobre o, Arqui-gerador, o qual é chamado de ‘Yaldabaōth’.”
“Através da respiração, essa gota da Luz revelou suas formas modeladas, como uma alma vivente, murchas e adormecidas na ignorância. Quando ficou quente com o sopro da Grande Luz do Macho, sendo preciso pensar, então os nomes foram recebidos por todos os que estavam no mundo do caos, e todas as coisas que estão nele através daquele Imortal, quando a respiração foi soprada nele.”
Quando isso aconteceu pela vontade da Mãe Sophia, para o Homem Imortal poder compilar vestimentas por indivíduo, assim para julgar os ladrões, ele então acolheu com satisfação o sopro daquela respiração. Mas, como ele era semelhante a uma alma, ele foi incapaz de tomar esse poder para si até que o número do caos estivesse completo. Isto é, quando o tempo determinado pelo grande anjo estiver completo.”
“Agora, Eu lhes ensinei sobre o Homem Imortal e libertei dele as amarras dos ladrões. Quebrei os portões dos impiedosos na presença deles. Humilhei as intenções maliciosas deles, e todos eles ficaram envergonhados e saíram de sua ignorância. Devido a isso, então, eu vim aqui, para que eles pudessem se unir com esse Espírito e Respiração, e pudessem de dois se tornar um, assim como no princípio. Para que vocês possam render muitos frutos e ascender até Aquele que é desde o princípio, na inefável alegria e glória e honra e graça do Pai do Todo.”
Capítulo 7
“Quem, então, que conheça o PAI com o puro conhecimento da verdade, irá para o PAI e repousará no PAI Inefável, O Único. Mas aqueles que não o conhecerem, na verdade, irão desviar-se para o ‘deus imperfeito’ e para fora da Assembleia do Oitavo Aeon.”
“Agora, quem conhece o Espírito Imortal da Luz em silêncio, através da reflexão e do consentimento, na Verdade, que ele me traga sinais do Invisível, e ele se tornará uma Luz no Espírito do Silêncio. Quem recebe o Filho do Homem com conhecimento da verdade e amor, que ele me traga um sinal do Filho do Homem, para que ele possa partir para as habitações com aqueles da Assembleia do Oitavo Aeon.”
“Eis que revelei a vocês o nome do Perfeito, O Único, e toda a vontade da Mãe dos Anjos Sagrados, que a multidão masculina possa ser completada aqui. E que apareça nos Aeons Eternos, os infinitos e aqueles que vieram a existir na riqueza indetectável do Grande Espírito Invisível, para que todos possam alcançar da sua bondade, até mesmo a riqueza do seu descanso que não tem reino sobre ela. Vim do primeiro que foi enviado, para que eu te revele Aquele que É desde o princípio, devido à arrogância do Arqui-Gerador e seus anjos, já que eles mesmos ostentam ser deuses.”
“Vim para remover até mesmo a cegueira deles, para que eu pudesse revelar a todos sobre o PAI que está acima da Totalidade. Portanto, eu proponho a vocês que pisem sobre os túmulos deles, humilhem as intenções maliciosas deles e cessem os mandamentos deles, substituindo-os com os meus mandamentos. Eu lhes dei autoridade sobre todas as coisas como Filhos da Luz, para que vocês possam pisar sobre o Poder deles com seus pés.”
“Estas coisas, o Salvador Abençoado disse antes de desaparecer para eles. Então, todos os discípulos ficaram numa grande alegria indescritível no Espírito, daquele dia em diante. E os discípulos começaram a pregar o Evangelho Divino, o Espírito Imortal e Eterno.”
Amém.
A tradução de “A Sophia de Jesus Cristo” (também às vezes intitulada, “A Sabedoria de Jesus Cristo”) é derivada de duas cópias preservadas separadamente do texto. A primeira cópia está no Nag Hammadi Códex III (NHC III); uma segunda cópia deste texto foi preservada no Berlin Gnostic Codex . Um terceiro fragmento do texto em grego também foi encontrado entre os documentos do papiro de Oxyrhynchus . Assim, temos três cópias distintas desta escritura atestadas de três fontes antigas separadas, duas em copta, uma em grego. Nos comentários do tradutor abaixo, seções do texto fornecidas do Berlin Gnostic Codex são identificadas com a notação, "BG".
O “Evangelho da Sabedoria de Jesus Cristo”, também conhecido como “Sophia de Jesus Cristo”, é um texto gnóstico descoberto em 1945 entre os códices de Nag Hammadi, no Egito. Escrito originalmente em grego, provavelmente entre os séculos I e II d.C., chegou até nós por meio de uma tradução copta do século IV.
Este evangelho apresenta um diálogo entre Jesus e seus discípulos, no qual ele responde a perguntas sobre a natureza da realidade, a origem do mal e o caminho para a salvação. A perspectiva gnóstica enfatiza o conhecimento (gnose) como chave para a libertação espiritual, e o texto reflete essa visão ao apresentar Jesus como um revelador de sabedoria secreta.
A descoberta dos códices de Nag Hammadi lançou luz sobre a diversidade do cristianismo primitivo, revelando tradições, que foram marginalizadas ou suprimidas pela ortodoxia dominante. O “Evangelho da Sabedoria de Jesus Cristo” é um testemunho valioso dessa diversidade, oferecendo uma visão alternativa dos ensinamentos de Jesus e do caminho espiritual.
A tradução original deste texto foi preparada por membros do Coptic Gnostic Library Project do Institute for Antiquity and Christianity, Claremont Graduate School.
O Coptic Gnostic Library Project foi financiado pela UNESCO, National Endowment for the Humanities e outras instituições.
EJ Brill reivindicou direitos autorais sobre textos publicados pelo Coptic Gnostic Library Project.
A tradução apresentada aqui foi editada, modificada e formatada para uso na Gnostic Society Library.
James M. Robinson, ed., The Nag Hammadi Library in English (São Francisco, CA: Harper Collins 1990), pp. 220-243.
Layton, Bentley; Brakke, David; Collins, John (Ed.). The Gnostic Scriptures. Yale University Press, 2021.
The Gnostic Bible: Revised And Expanded Edition. Estados Unidos, Shambhala, 2009.
Barnstone, Willis; Meyer, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised And Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
Traduzido por Douglas M. Parrott. A tradução de “A Sophia de Jesus Cristo” (também às vezes intitulada, “A Sabedoria de Jesus Cristo”)
Texto grego
LAYTON, Bentley. As escrituras gnósticas. Edicoes Loyola, 2002.
LAYTON, Bentley; BRAKKE, David; COLLINS, John (Ed.). The gnostic scriptures. Yale University Press, 2021.
The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Estados Unidos, Shambhala, 2009.
BARNSTONE, Willis; MEYER, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
The Holy Bible: 1611 Edition, King James Version. Estados Unidos, American bible society., 1611.
The Holy Bible: King James Version. Estados Unidos, Hendrickson Publishers, 2004.
JAMES, King. Holy Bible King James Version. Evans Akuamoah-Boateng, 1976.
http://www.gnosis.org/naghamm/sjc.html
http://www.gnosis.org/naghamm/nhl.html
Prompt para a Capa do Livro A Sabedoria de Jesus Cristo:
A arte deve ser uma fusão de realismo detalhado com simbolismo vibrante, inspirada no estilo de “Mentalismo Hermético” de Pedro Yaya. A imagem deve capturar a dualidade central da cosmologia gnóstica, com um foco na revelação e ascensão.
1. A Figura de Jesus Cristo:
Aparência: A figura central deve ser a de Jesus, não em sua forma tradicional, mas como um "grande anjo resplandescente", como descrito no texto. Ele deve estar em uma pose de ascensão, com os braços suavemente estendidos para o alto ou para os lados.
Simbolismo da Luz: Uma luz dourada e etérea deve emanar do centro de seu peito, representando a "gota da Luz" ou "centelha divina" que ele veio despertar nos humanos. Esta luz deve se expandir em raios, perfurando a escuridão abaixo.
Expressão: Seu rosto deve transmitir serenidade, sabedoria e conhecimento profundo (gnosis), com os olhos abertos, mas focados em uma realidade além do mundo material.
2. A Hierarquia Celestial (Pleroma):
Posição: No topo da capa, uma luz celestial, pura e colorida, representa o reino do Pleroma, de onde Jesus emana.
Elementos: Inclua formas geométricas etéreas e figuras angelicais borradas, representando os Aeons Eternos e o Pai da Totalidade.
3. O Reino Material (Caos):
Posição: A parte inferior da capa deve ser escura, caótica e fragmentada, simbolizando o mundo material criado pelo Demiurgo.
A Figura de Yaldabaoth: Um ser com corpo de serpente e cabeça de leão (Yaldabaoth) deve ser visível na escuridão, com uma expressão de arrogância e ignorância. Ele pode estar enrolado, como se estivesse tentando conter a luz que desce do Pleroma.
Detalhes: Incorpore outros Arcontes e elementos caóticos que pareçam prender as almas, como correntes, rochas e figuras sombrias.
4. O Véu de Separação:
O Véu: Uma espécie de barreira espiritual ou "véu" deve dividir a luz do Pleroma da escuridão do mundo material. Jesus deve parecer estar rompendo ou passando por este véu, simbolizando a sua missão de revelar o conhecimento oculto.
5. Paleta de Cores:
Utilize cores vibrantes para a luz e figuras celestiais (dourados, azuis celestes, brancos etéreos) em contraste com tons mais escuros e opacos para a parte inferior (pretos, cinzas, marrons).
A arte final deve ser uma composição que captura o drama cósmico do gnosticismo, mostrando a jornada de Jesus como o salvador que traz a luz da sabedoria para um mundo de escuridão e ignorância. A imagem deve ser rica em detalhes e simbolismo, convidando o leitor a mergulhar na profundidade do texto.