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Evangelho
O Apocalipse de Pedro.
Evangelhos do Ministério
de Jesus Cristo.
LIVRO 12
Capítulo 1
Disse Pedro: “Tive uma visão de que o Salvador, no terceiro ano do pacto e do acordo do décimo pilar, estava no templo. Ele parecia satisfeito com a Majestade viva e incorruptível, e me dirigiu estas palavras.”
Então, o Salvador me falou: “Pedro, abençoados são aqueles do alto que pertencem ao PAI, que revelou a vida àqueles que são da vida, por meu intermédio, já que eu os lembrei quem eles são, e de quem é o poder que os fortalece.”
“E este poder é a habilidade de distinguir palavras de injustiça e mentira das palavras de justiça. Eles ainda conseguem ouvir minhas palavras deste Pleroma da verdade, tendo sido iluminados em boa vontade por aquele a quem as superioridades buscaram.”
“Mas ninguém o encontrou através das escrituras somente, já que o nome dele nunca foi especificamente mencionado nelas, nem mesmo entre a geração dos profetas.
“Porém, o Filho do Homem, que é exaltado acima de todos os homens, até mesmo acima daqueles de natureza igual e semelhança, apareceu entre aqueles que pertencem a ele.”
“Pedro, aperfeiçoe-se conforme o seu nome, junto a mim, que o escolhi. Pois por meio de você estabeleci um fundamento para o remanescente que chamei ao conhecimento.”
“Portanto, seja forte, até que a Aparência da Pureza, seja aquele que te convidou para conhecê-lo.”
“Aquele rejeitado pela humanidade, aquele estigmatizado pela marca da rejeição na carne de suas mãos e pés, o que foi coroado no mundo inferior.”
“O que se vestiu com um corpo de seu esplendor, sendo a esperança devido a uma recompensa de honra, como ele estava prestes a repreendê-lo três vezes nesta noite.”
Enquanto o Senhor dizia estas coisas, eu vi os sacerdotes e uma multidão com pedras correndo em nossa direção. A intenção deles era nos matar e tive receio de que fôssemos morrer.
Então, ele me disse: “Pedro, eu já te disse várias vezes que estas pessoas são cegas, e eles não têm líder. Se você quiser conhecer a cegueira deles, segure seu manto sobre os olhos, então me diga o que você vê.”
Mas quando fiz isso, não vi nada. Eu disse: “Ninguém consegue ver desta forma.”
Novamente, ele me disse: “Faça-o novamente.”
Eu fiz, e veio em mim o medo com alegria, pois vi uma nova luz maior do que a luz do dia.
Então ela desceu sobre o Salvador. E eu lhe contei sobre aquelas coisas que vi.
E ele me disse novamente: “Coloque suas mãos nos seus ouvidos e ouça o que os sacerdotes e o povo estão dizendo.”
E eu ouvi os sacerdotes enquanto eles se sentavam com os escribas e as multidões estavam gritando.
Quando ele ouviu estas coisas de mim, ele me disse: “Aguce os seus ouvidos e ouça as coisas que eles estão dizendo.”
E eu ouvi novamente: “Enquanto você está sentado, a multidão está te louvando!”
E quando falei estas coisas, o Salvador disse: “Eu lhe disse que estas pessoas são cegas e surdas.”
“Agora, então, ouça as coisas que eles estão lhe dizendo em um mistério, e guarde as palavras que você ouvir!”
“Mantenha essas palavras em segredo e não conte para ninguém, porque elas não são para esta época, mas para o futuro.
Se você fizer isto, eles te louvarão em conhecimento e sabedoria divina. Por outro lado, se você contar tudo o que você sabe, e tornar suas visões públicas, eles blasfemarão contra você, já que são ignorantes a seu respeito”
Capítulo 2
“Pois a interpretação é esta, muitos aceitarão nosso ensinamento a princípio. E eles se afastarão deles novamente pela vontade do ‘Pai do Erro’ deles, pois eles fizeram a sua vontade. E o PAI revelará os servos da Palavra no seu julgamento.”
“Mas aqueles que se misturaram com estes sacerdotes, se tornarão prisioneiros deles, já que estão cegos e sem percepção espiritual.
Desse modo, os ingênuos, bons, e puros serão lançados para o Operário da Morte, com a congregação daqueles que pregam a ressurreição do Cristo.
“Homens habilidosos virão depois de você, e eles serão muito aclamados pela propagação do ensinamento falso. E eles farão muitos se apegarem ao nome de um homem morto, pensando que pela morte somente e não pela vida eles se tornarão puros.”
“Mas seus próprios meios de purificação os corromperão. E eles cairão numa congregação chamada ‘Nome do Erro’, nas mãos de homens maliciosos e corruptos, cheios de leis e dogmas. Eles serão governados por uma hierarquia herética.
“Sobre as autoridades eclesiásticas, alguns deles blasfemarão contra a verdade e proclamarão ensinamentos malignos. E eles dirão coisas malignas uns contra os outros.”
“Alguns serão nomeados, sendo aqueles que se mantêm sob o domínio dos Arcontes, e eles não serão intimidados, nem mesmo pela possibilidade de sofrerem por conta de suas imoralidades.”
“E eles que dizem estas coisas perguntarão sobre os sonhos das pessoas. E se eles disserem que um sonho veio de um demônio digno do erro deles, então eles pronunciarão julgamentos que levarão à perdição ao invés da incorruptibilidade.”
“Pois o mal não pode produzir bons frutos. Pois o lugar de onde cada um deles é, produz aquilo que é semelhante a si. Pois nem toda alma é da verdade, nem da imperecibilidade.”
“Pois toda alma destas eras tem a morte atribuída a ela em nossa visão, porque ela é sempre uma escrava, já que é criada para os seus desejos e a destruição eterna delas, nos quais elas estão e dos quais elas são. As almas amam a carne e a matéria que surgiram com elas.”
“Mas as almas imortais não são como estas, ó, Pedro. Mas, de fato, enquanto a hora ainda não chegou, a alma imortal se assemelhará a uma mortal.”
“No entanto, não revelará sua natureza imortal, que, por si só, reflete sobre a imortalidade, mantendo a fé e o desejo de renunciar às coisas mundanas.”
“Pois as pessoas não colhem figos de espinheiros ou de árvores espinhosas, se forem sábias, nem uvas de cardos.”
“Porém, por um lado, a alma mortal está sempre se tornando aquilo o que ela já é, sendo do que não é bom, mas do mal, e se torna para si mesma a destruição e a morte.”
“Contudo, a alma imortal, por ser do Eterno, que reside na vida e imortalidade eternas, concede vida àqueles a quem se assemelham.”
“Portanto, aquelas pessoas que são surdas e cegas se unirão com os sacerdotes do mesmo tipo, e tudo o que não existe se dissolverá á não existência.”
“Outros serão transformados pela prática do discurso infeliz e deturpação dos mistérios. Alguns daqueles que são intelectuais porém não-iluminados, que não entendem os verdadeiros mistérios, irão se vangloriar de que eles sozinhos sabem toda a verdade.”
“E na arrogância, eles se apegarão ao orgulho, tendo inveja da alma imortal que se tornou um penhor. Eles irão acreditar em suas próprias fábulas, então, estando com inveja dos imortais, irão arrogantemente e orgulhosamente tentar trazer outros para o ponto de vista deles mesmos.
Todas as Autoridades, Arcontes e Poderes dos Aeons desejam estar com eles na criação do mundo para que aqueles que foram esquecidos pelos ‘Seres Existentes’ possam glorificá-los. No entanto, esses que se vangloriam não foram salvos nem conduzidos ao caminho por eles, embora sempre almejem alcançar a Incorruptibilidade.
Aquelas pessoas, ao ouvi-los falar, chegariam a crer que eles tiveram uma comunicação direta com as várias hierarquias de anjos, os Arcontes supremos, Poderes e Autoridades, e que eles estavam presentes na própria criação do mundo!
O desejo deles é serem lembrados, glorificados e abençoados pelos imortais, muito embora saibam que eles não têm parte na imortalidade.
As pessoas que são enganados por este tipo de sacerdote recebem de fato uma sensação de poder da alma, mas é emanada do intelecto ao invés do espírito. Deste modo, estes discípulos imediatamente se juntam com aqueles que os enganam!
Aqueles que seguem doutrinas fundamentalistas, agindo como mensageiros do erro, se opõem à verdade. Eles imporão suas crenças e leis, que são contrárias aos meus pensamentos puros. A partir de uma ótica dogmática e limitada, eles ensinam pensando que o bem e o mal têm a mesma fonte de origem.”
“Esses sacerdotes irão comercializar ‘Minha Palavra’, transformando-a em negócio e também irão ameaçar com um destino severo aqueles que não contribuírem. Até o meu retorno, a raça das almas imortais persistirá neles, em vão e iludida.”
“Pois das transgressões em que caíram devido aos seus adversários, então deles os escolhidos serão libertos, e o meu perdão lhes trará a redenção da escravidão em que se encontravam.”
“Entretanto, para lhes conceder uma falsa liberdade, os sacerdotes criarão uma comunidade que imitará a verdade. Essa imitação se baseia em uma doutrina e em dogmas fundados no engano de um homem morto, o qual é uma alegoria para o corpo crucificado, para que a verdadeira luz que existe não seja reconhecida pelos pequenos.”
“Mas, obreiros assim, serão separados dos filhos da luz e lançados na ‘treva exterior’. Eles próprios não entrarão, nem permitirão a entrada daqueles que buscam ascender em sua provação e libertação.”
“E ainda outros deles pensam que aperfeiçoarão a sabedoria da irmandade que realmente existe, sendo a comunhão espiritual daqueles unidos em comunhão, através da qual o matrimônio da incorruptibilidade será revelado.”
“Outra sociedade semelhante de imitadores aparecerá e será chamada de ‘A Irmandade’. São aqueles que aprisionam seus irmãos, proclamando: ‘Através do nosso Deus alcançamos a misericórdia, é por meio dele que nos ocorre a salvação’.”
Eles desconhecem a severa punição que irão passar aqueles que enganaram e aprisionaram os pequenos.
“E haverá outros daqueles que estão fora do nosso meio que se deram nomes impressionantes, como pastor, profeta, reverendo, bispo e também diáconos, e falam como se tivessem recebido autoridade diretamente de Deus. Eles se prostram ao julgamento dos verdadeiros líderes, e não passam de canais secos.”
Mas eu disse: “Estou muito perturbado devido ao que você me disse, que de fato os pequenos, na nossa percepção, são os falsificados, e de fato, que multidões enganarão outras multidões daqueles que possuem vida, e irão se misturar com eles e destruí-los. E quando eles falarem o seu nome, eles serão acreditados.”
O Salvador disse: “Por um tempo determinado, em proporção ao erro deles, eles governarão sobre os pequenos.
E depois da conclusão do erro, aquele que não envelhece e possui um entendimento imortal se tornará jovem, e os pequenos governarão sobre aqueles que são os governantes deles.
Ele irá cortar a raiz do erro deles, e ele a colocará em vergonha para ser manifesta em toda a insolência que ele assumiu para si mesma. E tais pessoas se tornarão imutáveis, ó, Pedro.”
Capítulo 3
“Venha, então, vamos prosseguir com a conclusão da vontade do PAI Incorruptível.”
“Pois eis, aqueles que trarão o julgamento deles estão vindo, e eles os colocarão em vergonha.”
“Mas a mim eles não podem tocar! E você, ó, Pedro, permanecerá no meio deles. Você é um covarde, mas eu te digo, não tema! As mentes deles serão fechadas, pois o invisível se opôs a eles.”
Quando ele disse aquelas coisas, eu o vi sendo preso por eles.
E eu disse: “O que vejo, ó, Senhor? Que é você mesmo, a quem eles pegam? e que você está me segurando? Ou quem é este, alegre e rindo na árvore? E é outro, aquele cujos pés e mãos eles estão golpeando?”
O Salvador me disse: “Aquele a quem você viu na árvore, alegre e rindo, este é o Jesus vivo! Mas este a quem eles cravam os pregos nas mãos e nos pés é a sua parte carnal, o corpo, ele é a manifestação do imortal sendo humilhada, é a aparência percebida pelo olho natural. Mas olhe para ele e para mim.”
Mas olhei, e fiquei muito assustado e perturbado. Na minha confusão, eu disse: “Senhor, ninguém está olhando para você. Vamos fugir deste lugar.”
Mas ele me disse: “Eu já não te disse para ficar longe dos cegos? Você não entendeu que eles não sabem o que estão dizendo? Eles acham que eles humilharam meu servo, quando na verdade, eles penduraram o filho da glória deles no madeiro!”
Então, olhei de novo e vi alguém se aproximar de nós, se assemelhando com aquele que estava sorrindo na árvore. E ele estava repleto com o Espírito Santo, e eu percebi então que ele é o Salvador.
E havia uma grande, inefável luz ao redor deles, e a multidão de anjos inefáveis e invisíveis os abençoando. E quando olhei para ele, aquele que dá louvor foi revelado.
E ele me disse: “Seja forte, pois você é aquele a quem estes mistérios foram dados, para conhecê-los através da revelação. Aquele a quem eles crucificaram, é o primogênito, na casa dos demônios, e o vaso de pedra no qual eles habitam, com o qual os Elohim, os deuses deste mundo, fizeram sua vontade por meio da cruz, que está sob a Lei.
Mas aquele que está perto dele é o Salvador vivo, o primeiro em espírito, a quem eles prenderam e soltaram, que está alegremente olhando para aqueles que o violentaram, enquanto eles estão confusos e divididos entre si.
Portanto, ele ri da falta de percepção deles, sabendo que eles nasceram cegos, sendo cegos ainda.
Então, aquele suscetível ao sofrimento sofreu; ou seja, este que eles percebem com seus olhos. Mas o que eles libertaram é o meu corpo divino.
Sim, eu sou o espírito onisciente repleto de luz radiante! Aquele a quem você viu vindo a mim é o nosso pleroma imperecível, que une a luz perfeita com o meu Espírito Sagrado.”
Capítulo 4
“Estas coisas, então, que você viu, você deve apresentá-las a uma geração futura que não é desta era. Pois não haverá honra em qualquer homem que não seja imortal, mas somente naqueles que foram escolhidos de uma substância imortal, que mostrou que consegue receber daquele que os fornece a sua abundância!
“Portanto, eu disse: ‘Todos os que possuem, lhes será dado, e ele terá em abundância.’
Mas aquele que não tem, isto é, aqueles deste lugar, que está completamente morto, sendo removido do plantio da criação do que é gerado. Mesmo, se a essência imortal aparece neles, pensam que o possuem, será tirado deles e será adicionado Aquele-que-É.
Você, portanto, seja corajoso e não tenha medo de forma alguma. Pois estarei com você para que nenhum dos seus inimigos possa prevalecer sobre você. A paz esteja com você, seja forte!”
Quando Jesus disse estas coisas, eu voltei a mim.
Amém.
Escrito há quase 2.000 anos, o Apocalipse de Pedro esteve banido e perdido, até que foi redescoberto em 1945.
O que é tão espantoso sobre este texto é que ele fala sobre os nossos tempos, e não sobre os tempos em que foi escrito. Fala sobre a ciência, os problemas da igreja moderna, os movimentos sociais que apareceriam, e a pessoa que o escreveu, de algum modo, sabia que as informações deveriam ser mantidas em segredo, que seriam recuperadas 2 mil anos mais tarde.
Andreas Werner escreve (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 702):
O manuscrito do Códice VII provavelmente deriva do século IV (meio ou fim?); nesse período, uma tradução já devia estar disponível. Como evidentemente já foi transcrito antes, podemos presumir uma época de origem anterior, o que é ainda mais confirmado pela suposição de tradução do grego. Se o próprio texto, com sua menção ao nome “Hermas” na p. 78.18, se envolve em polêmica contra a possibilidade de arrependimento defendida no Pastor de Hermas, isso resultaria em um terminus post quem, em termos de conteúdo, em meados do século II. Apoc. Pet. pressupõe e critica as estruturas de uma Grande Igreja em processo de consolidação, e a apropriação de Pedro como o inaugurador da Gnose provavelmente também é direcionada contra isso; esses pontos, juntamente com a controvérsia com outros gnósticos, sugerem situar o documento no final do século II ou no início do III.
James Brashler escreve ( The Nag Hammadi Library in English , pp. 372-373): “O Apocalipse de Pedro é significativo em vários aspectos. Contém importante material de origem para uma cristologia gnóstica que compreende Jesus como um redentor docético. A visão da comunidade gnóstica, incluindo sua relação com Pedro como seu originador, é outro tema-chave deste documento. De considerável interesse são a identidade do grupo gnóstico ao qual o escrito é endereçado e o estágio da controvérsia entre a ortodoxia emergente e a heresia, pressuposto pelo tratado. Parece que o Apocalipse de Pedro foi escrito no século III, quando essa distinção entre ortodoxia e heresia era bastante clara.”
C. Detlef G. Müller escreve (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 622):
Período de origem e circulação: desconhecemos o texto original do Apocalipse de Pedro. A tradução abaixo deixa claro que os textos grego e etíope divergem frequentemente entre si. A versão etíope contém uma série de obscuridades linguísticas que, evidentemente, podem ser atribuídas a lacunas e defeitos na transmissão do texto. A este respeito, merece atenção o fato de Clemente de Alexandria considerar o Apocalipse de Pedro como Escritura Sagrada (cf. Euseb. HE VI 14.1), o que comprova uma origem pelo menos na primeira metade do século II. O terminus a quo pode ser determinado com mais precisão através do tempo de origem de 4ª Est. (cerca de 100 d.C.), provavelmente usado no Apocalipse de Pedro (cf. 4ª Est. com c. 3), e 2ª Pedro, cuja prioridade foi demonstrada por F. Spitta. Chegamos, assim, com H. Weinel, aproximadamente ao ano 135 como o provável tempo de origem, se ao interpretarmos a parábola da figueira em c. 2 também relacionarmos o Anticristo judeu que persegue os cristãos a Bar Cochba.
O Apocalipse presumivelmente surgiu no Egito (cf. Clemente de Alexandria); a referência ao culto egípcio a animais também aponta nessa direção, na medida em que esta passagem pertence ao conteúdo original. Nesse contexto, porém, devemos nos referir sobretudo à antiga tradição egípcia de Pedro (cf. especialmente Berger, 275). Partindo de uma primeira tradução para o copta, a tradução etíope provavelmente surgiu – como de costume – por meio de versões árabes. Nesse sentido, nosso texto etíope, linguisticamente não totalmente isento de críticas, é apenas o último de uma série, com todos os imponderáveis que isso acarreta.
Müller escreve (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 625): “A importância do Apocalipse de Pedro como uma importante testemunha da literatura petrina não deve ser subestimada. Pedro é a testemunha decisiva do evento da ressurreição. Portanto, ele também é considerado digno de novas revelações, que ele transmite (em documentos de revelação) com autoridade. Revelatio e traditio , receber e transmitir, a cadeia de transmissores, são as ideias centrais dessa compreensão da revelação (Berger). O discípulo de Pedro, Clemente (2 Clem. 5), desempenha o papel decisivo aqui, como testemunha, da versão etíope do Apocalipse, que pertence à estrutura da literatura clemente na qual Pedro transmite a revelação secreta a Clemente (sobre Pedro como um receptor da revelação, cf. Berger, 379ss.). Em comparação com o Cânon, as funções escatológicas de Pedro são novas (Berger, 325). Em sua descrição do céu e do inferno, O Apocalipse se baseia na abundância de ideias do Oriente, que também deixou sua marca nos escritos da apocalíptica judaica tardia e das religiões de mistério. O motivo do rio de fogo, que é uma das ideias escatológicas mais importantes entre os cristãos egípcios, certamente remonta ao antigo Egito. Dada a abundância de tradições no Egito e o prestígio da tradição petrina ali (veneração a Marcos, discípulo de Pedro), é provável que tenha origem no Egito. O Apocalipse de Pedro reúne tradições divergentes, para as quais ainda não foi possível descobrir uma fonte uniforme.
A tradução original deste texto foi preparada por membros do Coptic Gnostic Library Project do Institute for Antiquity and Christianity, Claremont Graduate School.
O Coptic Gnostic Library Project foi financiado pela UNESCO, National Endowment for the Humanities e outras instituições.
EJ Brill reivindicou direitos autorais sobre textos publicados pelo Coptic Gnostic Library Project.
A tradução apresentada aqui foi editada, modificada e formatada para uso na Gnostic Society Library.
The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Estados Unidos, Shambhala, 2009.
BARNSTONE, Willis; MEYER, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
Barnstone, Willis, and Marvin Meyer, eds. The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
MEYERS, Marvin. The Nag Hammadi Scriptures: The International Edition. San Francisco: HarperOne, 2007.
The Apocalypse of Peter - The Nag Hammadi Library
The Apocalypse of Peter - Early Christian Writings
‘Arte digital detalhada para a capa de um livro no estilo de Pedro Yaya, que ele define como “Mentalismo Hermético”. A técnica de pintura deve apresentar um realismo detalhado e simbólico, com elementos que desafiam a lógica e se fundem em um “fluido colorido com movimento”.
A cena central mostra o Apóstolo Pedro de joelhos, com uma expressão de espanto e reverência. Ele observa a dualidade da crucificação. No centro, uma figura etérea e luminosa, o “Jesus vivo”, ri em um êxtase místico, irradiando uma luz branca e radiante que se estende por um céu abstrato.
Diante da cruz, que é robusta e feita de pedra, com formas que lembram cristais escuros e angulares, está o “corpo de substituição”. Este corpo tem a pele em tons terrosos e uma expressão de sofrimento. Figuras sombrias, os “cegos e surdos” (arcontes), são desenhadas com formas distorcidas e geométricas, cercando a cruz em poses violentas.
Um contraste dramático de claros curo é evidente, com a luz mística do “Jesus vivo” e do céu prevalecendo sobre as sombras profundas da cena da crucificação. As cores são vibrantes e saturadas, com predominância de tons quentes como amarelo, dourado e laranja, que contrastam com roxos e azuis profundos nas nuvens cósmicas ou nas formas espirais que cercam a cena.
A atmosfera geral deve ser mística, transcendente e cheia de simbolismo gnóstico, com a composição fluida e harmoniosa, como em um sonho, mas com a precisão dos detalhes nas figuras principais.’
O PRIMEIRO EVANGELHO DE MATHIAS
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