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Evangelho
O Apocalipse de Elias.
Evangelhos do Ministério
de Jesus Cristo.
LIVRO 17
Capítulo 1
A palavra do SALVADOR veio a mim, dizendo: “Filho do homem, diga ao seu povo: ‘Por que vocês acrescentam pecado aos seus pecados por viver na ignorância do PAI da Totalidade, sendo sua imagem’?”
Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo, pois a ostentação do mundo e a sua destruição pertencem ao Yaldabaoth.
Lembrem-se de que o PAI da Totalidade, que teve misericórdia de nós, nos salvou do cativeiro desta Era.
Muitas vezes, o Cosmocrador desejou que a Luz da Gnose não nascesse sobre a Terra, e que a Terra não desse o seu fruto verdadeiro, pois desejava consumir os homens como um fogo que arde na palha, e tragá-los como água.
Devido a isso, o PAI da Totalidade teve misericórdia de nós e enviou o Poder do Logos ao mundo para nos salvar do cativeiro.
Ele não informou a anjo, nem arcanjo, nem principado algum, ou seja, nenhum dos Arcontes, quando estava para vir a nós. Pois Ele veio como homem para nos salvar.
Portanto, tornem-se filhos dele, pois ele é pai para vocês.
Lembrem-se de que ele preparou tronos e coroas para vocês no Aeon, dizendo: “Todo aquele que a mim vier e buscar a Gnose receberá tronos e coroas entre aqueles que são meus”.
O Salvador disse: “Escreverei o meu nome na testa deles e selarei a sua mão direita, e não terão fome nem sede.”
“Nem o filho da iniquidade prevalecerá sobre eles, nem os tronos dos Arcontes os impedirão; pelo contrário, caminharão com os anjos até a minha cidade”.
“Quanto aos Arcontes, no último dia eles serão envergonhados e não passarão pelos tronos do julgamento. Contudo, serão tomados e dominados pelos tronos da morte, pois os anjos da Verdade não estarão em acordo com eles, pois eles se afastaram de suas moradas.”
“Ouçam, sábios Eleitos da terra, a respeito dos enganadores que se multiplicarão nos últimos tempos, para estabelecerem para si doutrinas que não pertencem ao PAI da Totalidade, rejeitando o seu Conhecimento, aqueles que fizeram do seu ventre, o seu deus, dizendo: ‘O jejum não existe, nem o PAI da Totalidade o criou’, tornando-se estranhos à doutrina do PAI da Totalidade e roubando-se das promessas gloriosas.”
“Ora, tais indivíduos jamais se firmam na fé verdadeira; portanto, não permitam que vos enganem.”
Lembrem-se de que, desde a criação dos Aeons, o Salvador criou o jejum para benefício dos homens, devido às paixões e desejos que lutam contra vocês, para que o mal não os inflame. “Mas este é um jejum puro que criei”, disse o Salvador.
“Aquele que jejua continuamente em oração, não sucumbirá, mesmo diante da inveja e da discórdia interior. Que o puro de coração e pensamento jejue, mas sempre que aquele que jejua não o fizer puro de coração e pensamento, ele terá irritado o Salvador e também os anjos da Luz. E terá atormentado a própria alma, acumulando ira para si no dia da ira.”
“Contudo, criei um jejum verdadeiro, com um coração e pensamentos puros. Ele liberta do pecado, cura enfermidades, expulsa demônios. É eficaz até para alcançar o trono do PAI da Totalidade, como bálsamo e para a redenção do pecado por meio de uma oração pura.”
“Quem dentre vós, se for honrado em sua habilidade, sairá ao campo sem uma ferramenta na mão? Ou quem sairá à batalha para lutar sem escudo e armadura? Se for encontrado, não será morto por desprezar o serviço do rei? Da mesma forma, ninguém pode entrar no Lugar Sagrado se for de coração fingido.”
Aquele que é de coração fingido em sua oração, é escuridão para si, e nem mesmo os anjos confiam nele. Portanto, sede firmes no Salvador em todo o tempo, para poderem conhecer a sí a cada momento.
Capítulo 2
Além disso, a respeito dos reis da Assíria e da dissolução do céu, da terra e das coisas que estão debaixo da terra.
Disse o Salvador: “Agora, pois, os meus Eleitos não serão vencidos, nem temerão na batalha”.
“Quando virem um governante que se levanta no norte, que será chamado ‘rei da Assíria’ e ‘rei da injustiça’, ele aumentará as suas batalhas e as suas perturbações contra o Egito.”
“A terra gemerá juntamente porque os seus filhos serão tomados. Muitos desejarão a morte naqueles dias, mas a morte fugirá deles, pois o verdadeiro fim é a libertação da alma.”
“E um governante que será chamado ‘rei da paz’ se levantará no ocidente. Ele correrá sobre o mar como um leão que ruge. Ele matará o rei da injustiça e se vingará do Egito com batalhas e muito derramamento de sangue.”
“Naqueles dias, ele ordenará paz e ofertas vãs no Egito. Ele dará uma falsa paz aos Eleitos, dizendo: ‘Existe um único Deus e o seu nome é um só’.”
“Ele dará honras aos Eleitos e exaltação aos lugares sagrados. Ele dará ofertas vãs aos templos. Ele vagará pelas cidades do Egito com astúcia, sem que eles o saibam. Ele fará a contagem dos lugares sagrados, pesará os ídolos das nações, fará a contagem de suas riquezas e estabelecerá sacerdotes para elas.
“Ele ordenará que os sábios e os grandes do povo sejam presos, e eles serão levados à metrópole que fica à beira-mar, dizendo: ‘Há somente uma língua’.”
“Mas quando vocês ouvirem: ‘Paz e alegria existem’, eu os advirto para não se alegrarem, pois o verdadeiro descanso não é deste mundo.”
“Agora, eu lhes contarei os seus sinais, para que vocês o conheçam.”
“Pois ele tem dois filhos: um à sua direita e outro à sua esquerda. O que estiver à sua direita receberá um rosto demoníaco e lutará contra o nome do PAI da Totalidade.”
“Quatro reis descenderão daquele governante. Em seu trigésimo ano, ele subirá a Mênfis e construirá um templo em Mênfis. Naquele dia, seu próprio filho se levantará contra ele e o matará. Toda a terra será perturbada.”
“Naquele dia, ele emitirá uma ordem sobre toda a terra, para que os sacerdotes da terra e todos os Eleitos sejam presos, dizendo: ‘Vocês retribuirão em dobro todas as dádivas e todas as coisas boas que meu pai lhes deu’.”
“Ele fechará os lugares sagrados. Ele tomará suas casas. Ele levará seus filhos como prisioneiros. Ele ordenará que sacrifícios, abominações e males amargos sejam feitos na terra. Ele aparecerá diante do sol e da lua. Naquele dia, os sacerdotes da terra rasgarão suas vestes.”
“Ai de vós, governantes do Egito, naqueles dias, porque o vosso dia já passou. A violência que está sendo feita aos pobres se voltará contra vós, e os vossos filhos serão tomados como despojo.”
“Naqueles dias, as cidades do Egito gemerão, porque a voz do que vende, e a do que compra não serão ouvidas. Os mercados das cidades do Egito ficarão empoeirados.”
“Os que estão no Egito chorarão juntos, desejarão a morte, mas a morte fugirá e os deixará. Naqueles dias, eles correrão para as rochas e saltarão, dizendo: ‘Caiam sobre nós!’ E ainda assim não morrerão. Uma dupla aflição se multiplicará sobre toda a terra.”
“Naqueles dias, o rei dará uma ordem, e todas as mulheres que amamentam serão presas e trazidas a ele amarradas. Elas mamarão em serpentes.”
“E o sangue delas será tirado dos seus seios, e será aplicado como veneno às flechas. Devido à aflição das cidades, ele dará outra ordem, e todos os jovens de doze anos para baixo serão presos e apresentados para ensiná-los a atirar flechas.
“A parteira que está na terra se lamentará. A mulher que deu à luz levantará os olhos ao céu, dizendo: ‘Por que me sentei no banco de parto, para dar à luz um filho à terra’?”
“A mulher estéril e a virgem se alegrarão, dizendo: ‘É hora de nos alegrarmos, porque não temos filhos na terra, mas nossos filhos estão no céu’.”
“Naqueles dias, três reis se levantarão entre os persas e levarão cativos os judeus que estão no Egito. Eles os levarão para Jerusalém, onde habitarão e permanecerão.”
“Então, quando ouvirdes haver segurança em Jerusalém, rasgai as vossas vestes, ó, sacerdotes da terra, porque o Anti-Cristo logo virá. Naqueles dias, o iníquo aparecerá nos lugares sagrados e se assentará no templo, proclamando-se o Messias.”
“Naqueles dias, os reis dos persas se apressarão e se levantarão para lutar contra os reis da Assíria. Quatro reis lutarão contra três. Eles passarão três anos naquele lugar, até que levem embora as riquezas do templo que ali está.”
“Naqueles dias, sangue correrá de Cós até Mênfis. O rio do Egito se tornará sangue, e eles não poderão beber dele por três dias. Ai do Egito e daqueles que nele estão.”
“Naqueles dias, um rei se levantará na cidade chamada Heliópolis, a cidade do sol, e toda a terra ficará perturbada.”
“Ele fugirá para a cidade de Mênfis com os persas. No sexto ano, os reis persas prepararão uma emboscada em Mênfis e matarão o rei assírio.”
“Os persas se vingarão da terra e ordenarão a matança de todos os pagãos e injustos. Ordenarão a construção de templos sagrados.”
“Eles farão o dobro de ofertas à casa de Yaldabaoth, proclamando: ‘Há um único Deus, e Seu nome é um só’. A toda a terra aclamarão os persas.
Até mesmo o remanescente, que não morreu sob as aflições, dirá: “O Salvador nos enviou um rei justo para que a terra não se torne um deserto.”
“Ele ordenará que nenhuma questão real seja apresentada por três anos e seis meses. A terra estará cheia de bens e abundante bem-estar.”
“Os que estiverem vivos irão aos que estiverem mortos, dizendo: ‘Levantem-se e estejam conosco neste descanso’.”
Capítulo 3
No quarto ano daquele governante, o Anti-Cristo aparecerá, dizendo: “Eu sou o Messias”, embora não seja. Não acreditem nele!
Quando o verdadeiro Salvador vier, Ele virá na forma de um bando de pombas, com a coroa de pombas ao redor.
Ele caminhará sobre as abóbadas celestiais com o sinal da cruz à frente, como a Gnose que ilumina o caminho.
O mundo inteiro O contemplará como o sol que brilha do horizonte oriental ao ocidental. É assim que Ele virá, com miriades de legiões de seus anjos ao redor.
Mas o Anticristo começará a permanecer nos lugares sagrados do Demiurgo.
Ele tem o poder de ordenar ao sol que caia, brilhe ou escureça, e assim será. Ele também dirá à lua para se tornar cor de sangue, e ela obedecerá.
Ele virá com eles, os Arcontes e seus Poderes descendo do firmamento, e andará sobre o mar e os rios como em terra seca.
Ele curará os enfermos, fará os coxos andarem, os surdos ouvirem, os mudos falarem e os cegos verem.
Purificará os leprosos e expulsará os demônios, e seus sinais e maravilhas serão multiplicados diante de todos.
Ele realizará as mesmas obras do Salvador, com exceção de ressuscitar os mortos sozinho.
Nisto conhecereis que ele é o Anticristo, o filho da iniquidade, porque não pode dar a verdadeira vida, a qual é a vida do espírito. Pois eis que vos contarei os seus sinais, para o conhecerdes.
Ele é um jovem rapaz de pernas finas, com uma madeixa de cabelos grisalhos na parte da frente da cabeça calva. As suas sobrancelhas chegarão às orelhas. Há uma mancha leprosa na parte da frente das suas mãos.
Ele se transformará diante dos que o virem. Se tornará uma criança e envelhecerá. Ele se transformará em todos os sinais, mas os sinais da sua cabeça não poderão mudar. Nisto conhecereis que ele é o Anticristo.
Capítulo 4
A alma pura, cujo nome é a Virgem Tabita, ouvirá que o insolente se revelou nos lugares sagrados. Ela se vestirá com seu manto de linho fino, sendo a veste da Gnose.
E o perseguirá até a Judeia, repreendendo-o até Jerusalém, dizendo: “Ó, insolente, ó, filho da iniquidade, tu que foste inimigo de todos os Eleitos!”
Então, o insolente, em sua fúria, perseguirá a virgem até as regiões do poente, onde, ao entardecer, ele sugará seu sangue. Posteriormente, ele a lançará sobre o templo, e ela se tornará a cura para o povo.
Ela se levantará ao amanhecer e viverá e o repreenderá, dizendo: “Ó, insolente, você não tem poder contra a minha alma nem contra o meu corpo, porque vivo no Salvador para sempre. E também o meu sangue, que derramaste sobre o templo, tornou-se a Verdade que liberta o povo da ilusão.”
Então, quando Elias e Enoch ouvirem que o insolente se revelou no lugar sagrado, descerão e lutarão contra ele, dizendo: “De fato, você não se envergonha? Constantemente afastado, você se apega aos Eleitos. Você se tornou inimigo dos Poderes Celestiais e agiu contra aqueles encarcerados na Terra.”
“Foste inimigo dos Aeons e adversário dos Poderes da Luz, sendo um eterno estranho a eles. Caíste do céu como o Arconte, que se tornou a estrela da manhã.”
“Foste transformado e, como seus arcontes, se tornou escuridão para ti. Mas tu não te envergonhaste quando te opões firmemente ao PAI da Totalidade, és filho da Antiga Serpente.”
O insolente ouvirá, ficará irado e lutará com eles na praça da grande cidade. E passará sete dias lutando com eles. E passarão três dias e meio mortos na praça, enquanto todo o povo os vê.
Mas no quarto dia se levantarão e o repreenderão, dizendo: “Ó, insolente, ó, filho da iniquidade! Não te envergonhas de ti mesmo, por estares enganando o povo do PAI da Totalidade, pelo qual não sofreste? Não sabes que vivemos no Salvador?”
E, proferidas essas palavras, prevaleceram sobre ele, dizendo: “Além disso, nos entregaremos à carne em lugar do espírito, e te mataremos, visto que naquele dia não poderás falar, porque somos sempre fortes no Salvador. Mas tu és sempre hostil ao PAI da Totalidade.”
O homem impio ouvirá, e se enfurecerá e lutará contra os Eleitos. A cidade inteira os cercará para testemunhar o confronto. Naquele dia, enquanto o Anti-Cristo e sua cidade os observam, eles gritarão ao céu em triunfo, e a Luz da Gnose emanará deles.
Todos os povos e todo o mundo os verão e saberão que o Espírito não pode ser vencido pela ilusão da carne.
O Anti-Cristo não terá poder sobre eles. Ele manifestará sua ira contra a terra e buscará transgredir contra o povo, perseguindo todos os Eleitos. Estes, juntamente com os sacerdotes da terra, serão capturados.
Ele os matará e os destruirá a todos eles. E seus olhos serão arrancados com estacas de ferro. Ele lhes arrancará a pele da cabeça. Ele arrancará suas unhas, uma a uma. Ele ordenará que se coloque vinagre e cal no nariz deles.
Aqueles que não suportarem as torturas do Anti-Cristo, fugirão com ouro para os vales e lugares desertos. Lá, eles permanecerão como se estivessem dormindo. O PAI da Totalidade acolherá suas almas e espíritos e sua carne se petrificará.
Nenhum animal selvagem os comerá até o último dia do grande julgamento. E eles se levantarão e encontrarão um lugar de descanso.
Mas eles não estarão no reino do Salvador como aqueles que perseveraram, porque o Salvador disse: “Eu lhes concederei que se sentem à minha direita.”
Aqueles que perseveraram, no entanto, receberão favor sobre os outros e triunfarão sobre o Anti-Cristo. E testemunharão a dissolução dos sete céus e da terra e eles receberão os tronos de glória e as coroas.
Os sessenta justos, que estão preparados para esta hora, ouvirão e se vestirão com a armadura de escudo da Gnose, e correrão para Jerusalém, e pelejarão contra o insolente, dizendo: “Tu fizeste todos os poderes que os profetas fizeram desde o princípio. Mas não pudeste ressuscitar os mortos, porque não tens poder para dar vida. Por isso conhecemos que és filho da iniquidade.”
Ele ouvirá, e se indignará, e ordenará que se acendam altares. E os justos serão amarrados, erguidos e queimados.
Capítulo 5
Naquele dia, muitos terão o coração endurecido e fugirão dele, dizendo: “Este não é o Cristo, pois o Cristo não mata os justos nem persegue os homens para buscá-los, mas os convence com sinais e prodígios da Verdade.”
Naquele dia, o Salvador se compadecerá daqueles que são seus. E enviará do céu seus sessenta e quatro mil anjos, cada um com seis asas. O som moverá o céu e a Terra quando eles louvarem e glorificarem.
Agora, aqueles em cuja testa está escrito o nome do Salvador e em cuja mão está o selo da Gnose, tanto o pequeno como o grande, serão arrebatados sobre suas asas e elevados para a Luz, fugindo da ira do Anticristo.
Então, Gabriel e Uriel se tornarão uma coluna de luz que os conduzirá ao Aeon Eterno. Será concedido a eles comer da árvore-da-vida.
Eles serão acolhidos por aqueles que não são estranhos a eles e receberão vestimentas de luz imperecíveis, e não terão fome e nem sede e os anjos os guardarão.
Naquele dia, a Terra sofrerá grandes abalos, o sol não mais brilhará e a tranquilidade de Yaldabaoth desaparecerá da Terra. As aves cairão mortas ao chão, a Terra se tornará árida e as águas do mar secarão.
Os ignorantes gemerão sobre a Terra, dizendo: “O que nos fizeste, ó, filho da iniquidade, dizendo: ‘eu sou o Salvador’, contudo, tu és a Antiga Serpente?”
“Não podes salvar-te a ti mesmo para nos salvar. Fizeste sinais diante de nós, até nos separar do Salvador que nos criou. Ai de nós, porque te demos ouvidos! Eis que agora morreremos na ignorância.”
“Onde está agora o vestígio de um justo para que o adoremos? Ou onde está aquele que nos ensinará para que a ele rogaremos? Agora, de fato, seremos destruídos com ira, porque desobedecemos ao PAI da Totalidade.”
“Fomos às profundezas do mar, e não achamos água. Cavamos nos rios e nos juncos, e não achamos água.”
Naquele dia, o perverso lamentará: “Ai de mim, meu tempo se esgotou, embora eu sempre tenha afirmado que ele nunca passaria. Meus anos se tornaram meses, e meus dias passaram como o pó passa. Agora, portanto, perecerei juntamente com vocês.”
“Corram agora para o deserto, capturem os ladrões e executem-nos.
Trazei os Eleitos, porque por causa deles a Terra dá fruto. Porque, por causa deles, o sol brilha sobre a Terra. Porque, por causa deles, o orvalho cairá sobre a Terra.”
Os pecadores chorarão, dizendo: “Tu nos fizeste hostis ao PAI da Totalidade. Se puderes, levanta-te e persegue-os.”
Então, ele tomará suas asas de fogo e voará atrás dos Eleitos. Ele lutará com eles novamente.
Os anjos escutarão e descerão para lutar com ele em uma batalha de muitas espadas. Naquele dia, o Salvador ouvirá e, com grande ira, dará ordens ao céu e à Terra para enviarem fogo.
O fogo consumirá toda a Terra a uma altura de setenta e dois côvados, devorando pecadores e demônios, e um julgamento verdadeiro se manifestará.
Naquele dia, as montanhas e a terra falarão. Os caminhos falarão uns aos outros, dizendo: “Vocês ouviram hoje a voz de um homem que anda e que não chegou ao julgamento do Filho do PAI da Totalidade?”
Os apegos de cada um se levantarão contra ele no lugar em que foram cometidos, sejam os do dia ou os da noite. Aqueles que pertencem aos Eleitos verão os ignorantes e aqueles que os perseguiram e aqueles que os entregaram à morte em seus tormentos. Então, os ignorantes verão o lugar dos Eleitos.
E assim a graça ocorrerá. Naqueles dias, aquilo que os justos pedirem muitas vezes lhes será dado. Naquele dia, o Poder do Logos julgará o céu e a Terra. Ele julgará os que transgrediram no céu e os que transgrediram na Terra.
Ele julgará os pastores dos povos. Ele perguntará sobre o rebanho de ovelhas, e elas lhe serão entregues, sem haver nelas nenhum dolo mortal.
Depois destas coisas, Elias e Enoch descerão. Eles deporão a carne do mundo e receberão a sua vestimenta imperecível. Eles perseguirão o Anticristo e o matarão, pois ele não pode falar.
Naquele dia, ele se dissolverá diante deles como gelo dissolvido pelo fogo. Ele perecerá como uma serpente sem fôlego.
Eles lhe dirão: “O teu tempo passou para ti. Agora, pois, perecerão aqueles que creem em ti.”
Então, os Arcontes, Autoridades, Poderes e seus anjos serão lançados no fundo do abismo, e este se consumirá e o universo de Yaldabaoth será destruído, porque os transgressores prevaleceram sobre ele.
Ele criará um novo Aeon onde nenhum mal existirá neles. Naquele dia, o Salvador, o Rei e todos os Seus Eleitos ascenderão ao Aeon Eterno e Ele governará com seus Eleitos, eternamente com os anjos e com o Salvador.
Amém.
Wilhelm Schneemelcher faz estes comentários (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 693):
Desde 1885, o texto de um Apoc. El. tornou-se gradualmente conhecido através de alguns manuscritos coptas. Desde a publicação do Papiro Chester Beatty em 2018, esta obra está agora acessível quase na íntegra (cf. Schrage, op. cit. 198ff). As versões coptas (sahídicas e aquimímicas) remontam a um texto original grego, do qual possuímos um fragmento de papiro com seis linhas; mas com este, pouco se pode fazer. Os papiros foram escritos no século IV ou V.
O Apocalipse Copta apresenta admoestações, previsões dos terrores do fim dos tempos, uma descrição do Anticristo e sua aniquilação, etc.; termina com a criação de um novo céu e uma nova terra e o reinado milenar de Cristo. Muitos elementos do Apocalipse antigo estão ausentes, mas, por outro lado, material conceitual antigo é abundantemente utilizado. A obra é um exemplo típico de apocalipses posteriores: uma descrição cristã do fim dos tempos (em certa medida com referências contemporâneas) foi criada sobre uma base judaica.
A datação do Apócrifo Copta é difícil. Há muito a ser dito a favor da visão de que o documento básico judaico se originou na segunda metade do século III e foi adotado e reformulado pelos cristãos no início do século IV (cf. Schrage, op. cit. 220ss.).
Quanto à comprovação externa deste texto, Schneemelcher escreve: "Um Apocalipse de Elias (Apoc. El.) é rejeitado no Catálogo dos Sessenta Livros e provavelmente também na Esticometria de Nicéforo (cf. vol. 1, pp. 41ss.). Um apócrifo de Elias é frequentemente mencionado na literatura da Igreja primitiva, principalmente em conexão com o dito em 1 Coríntios 2:9, do qual Orígenes já afirma que provém de um apócrifo de Elias (cf. Schrage, op. cit. 195). Por um lado, este dito é evidentemente um logion que surge com frequência (cf. Gos. Thom. log. 17; sobre isso, ver H.-Ch. Puech em NTApo I, 217). Por outro lado, este logion não ocorre nos apócrifos de Elias existentes." (Novo Testamento Apócrifo , vol. 2, p. 692)
Este texto "não tem nada a ver com" uma Carta apócrifa de Tito , que cita palavras do profeta Elias de uma fonte pouco clara, "na qual são descritas as punições do Inferno" (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 692). Há também menção a "um apócrifo de Elias 'Sobre o Anticristo'" em "um fragmento grego", mas isso não tem "nenhuma conexão com os textos existentes sobre Elias" (Apócrifos do Novo Testamento , vol. 2, p. 692). O Apocalipse Copta de Elias também deve ser distinguido do Apocalipse Hebraico de Elias , "um escrito judaico do século III d.C.; não há conexões com os Apócrifos Coptas de Elias" ( Apócrifos do Novo Testamento, vol. 2, p. 692).
Este livro, O Apocalipse de Elias, é uma obra de teologia e pesquisa que harmoniza um antigo texto apócrifo para se alinhar com a cosmologia gnóstica do 8TH AEON - MINISTÉRIO DE CRISTO. O texto original, uma profecia apocalíptica, é reinterpretado para revelar uma luta não entre o bem e o mal moral, mas entre a Gnose e a Ignorância, entre o PAI da Totalidade e o Demiurgo.
A narrativa de Elias, em sua essência, torna-se uma jornada simbólica que desmascara a ilusão do mundo material. A figura do Anticristo, que se apresenta como um falso messias, é a representação do próprio Demiurgo, Yaldabaoth, e seus agentes, que tentam enganar os Eleitos com sinais e milagres.
Os Pilares da Harmonização:
O Falso Messias: A figura do Anticristo é o ponto central da harmonização. Ele não é o inimigo do PAI da Totalidade, mas sim um agente de Yaldabaoth que, em sua arrogância, tenta se passar pelo Salvador. A sua derrota não é o fim do mundo, mas a sua dissolução.
O Triunfo de Elias e Enoque: A morte dos dois profetas não é um evento de tragédia, mas uma vitória espiritual. A sua "morte" é a libertação de suas almas da prisão da carne. Eles ascendem ao reino do PAI da Totalidade, mostrando o caminho para os Eleitos.
A Redefinição do "Novo Mundo": O "novo céu e nova Terra" que se manifestam não são uma redenção do mundo material. Eles são a dissolução da criação de Yaldabaoth, dando lugar ao Reino da Luz e à Verdade do PAI da Totalidade. O "reino de mil anos" é a era da Gnose, que existe fora do tempo e da matéria.
Esta obra é um testemunho da visão de Ricco Leite, que com o 8TH AEON busca harmonizar e revelar a sabedoria gnóstica de forma coesa e clara.
David Frankfurter, Elias no Alto Egito: O Apocalipse de Elias e o Cristianismo Egípcio Primitivo.
Wilhelm Schneemelcher, Novo Testamento Apócrifos , Vol. 2, páginas 692-693.
The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Estados Unidos, Shambhala, 2009.
BARNSTONE, Willis; MEYER, Marvin (Ed.). The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
Barnstone, Willis, and Marvin Meyer, eds. The Gnostic Bible: Revised and Expanded Edition. Shambhala Publications, 2009.
MEYERS, Marvin. The Nag Hammadi Scriptures: The International Edition. San Francisco: HarperOne, 2007.
Coptic Apocalypse of Elijah - Early Christian Writings
A tradução original deste texto foi preparada por membros do Coptic Gnostic Library Project do Institute for Antiquity and Christianity, Claremont Graduate School.
O Coptic Gnostic Library Project foi financiado pela UNESCO, National Endowment for the Humanities e outras instituições.
EJ Brill reivindicou direitos autorais sobre textos publicados pelo Coptic Gnostic Library Project.
A tradução apresentada aqui foi editada, modificada e formatada para uso na Gnostic Society Library.
A arte da capa é uma pintura épica e detalhada, realizada no estilo místico e vibrante de Pedro Yaya, capturando o clímax da obra "O Apocalipse de Elias".
A cena central é um confronto cósmico que divide a própria realidade. Em um plano terrestre desolado e rachado, o profeta Elias, com vestes simples e uma expressão de sabedoria e determinação, ergue um pergaminho. Este pergaminho é a materialização da Gnose, a Verdade inabalável que ele veio revelar.
À sua frente, de uma fenda no solo, emerge a figura do Anticristo. Ele é retratado em uma forma enganosamente radiante e bela, como um falso messias que se proclama o salvador. No entanto, sua essência é sombria e malevolente. Ao seu redor, a atmosfera é carregada de figuras demoníacas que se parecem com anjos caídos, os Arcontes do Caos, cujos olhares de ódio e frustração revelam a sua natureza.
O céu, por sua vez, é o reflexo mais dramático do conflito. Ele é dividido em dois reinos distintos por uma linha de luz dourada que desce do alto. De um lado, um céu escuro, caótico e tempestuoso, em tons de vermelho e fogo, representa a criação imperfeita de Yaldabaoth. É o domínio da mentira e da destruição. Do outro, uma luz celestial, brilhante e serena, em tons de azul e dourado, irrompe das nuvens, representando o reino do PAI da Totalidade. É a morada da verdadeira Verdade e da Luz.
No topo, envolto na luz do PAI, a figura do verdadeiro Salvador se manifesta, descendo do alto. A sua presença é o triunfo final do conhecimento espiritual sobre a ilusão material. A imagem transmite a vitória da Gnose sobre a mentira, em um forte contraste entre a luz e a sombra que define a essência da jornada da alma.
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